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Revista da CAASP -Edição 18-

“A telemedicina não vai substituir uma internação ou uma consulta médica. É indicada como instrumento complementar para as práticas médicas e, graças a toda a tecnologia envolvida, é um impulsionador para o futuro da medicina”, explica o especialista da USP. Na Austrália já existe a telepsicoterapia. Os pacientes fazem uma ou duas entrevistas presenciais com o terapeuta e, depois, só se consultam por videoconferência. Por lá, esse tipo de serviço funciona bem e ainda gera conforto e satisfação. Outra unidade é o processo de telediagnóstico, que atua na agilização do diagnóstico e, ao mesmo tempo, reduz custos de transporte de pacientes e de equipamentos para exames. O telediagnóstico possibilita aos médicos a troca de informações à distância para debater a melhor escolha de tratamento. A terceira unidade é a Assistência Domiciliar, conhecida também como Home Care. Essa modalidade visa à continuidade do tratamento hospitalar em domicílio, o que evita a permanência prolongada do paciente na unidade de saúde e diminui o risco de infecções comuns em ambientes hospitalares. “Pesquisas internacionais mostram que o segmento de Assistência Domiciliar tende a crescer por conta do aumento da expectativa de vida, o aumento das doenças crônicas e das doenças não curáveis. Não haverá hospitais suficientes para atender a demanda. Então a única e melhor saída será levar o cuidado com a saúde para dentro de casa”, salienta o especialista. “Quando a gente fala em telemedicina, não podemos falar apenas na conectividade, na estrutura de equipamentos. Também implica médicos. Do outro lado da tela do computador é preciso haver uma equipe multiprofissional para abordar a saúde de forma integrada. Ainda assim, um atendimento 100% à distância não é recomendado”, pondera. A telemedicina já é uma realidade em alguns hospitais e unidades básicas de saúde do Brasil. Desde 2012, 15 unidades do SUS contam com a expertise do Hospital Albert Einstein, instituição de excelência da capital paulista, que fornece apoio em tempo real 24 horas por dia, sete dias na semana, no tratamento e no diagnóstico de casos complexos, prioritariamente para urgência e emergência em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para casos de acidente vascular cerebral (AVC), traumatismos cranianos, infartos do miocárdio e outros. Arquivo USP “A ideia é levar um pedaço do hospital para todo o Brasil”, afirma Milton Steinman, coordenador do projeto de Telemedicina Einstein, desenvolvido em parceria com o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde. “Temos atualmente 18 médicos no nosso quadro, além da coordenação médica e de enfermagem e do suporte da estrutura de TI. Instalamos uma central de telemedicina no Einstein que conta com recursos de áudio, vídeo e de um software para registro dos dados. Além disso, disponibilizamos Agosto 2015 / Revista da CAASP // 23 Ricardo Bastos Equipe multiprofissional trata a saúde de forma integrada Wen: “a telemedicina pode aumentar a eficiência do sistema de saúde”


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