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Revista da CAASP -Edição 15

SAÚDE \\ Na verdade, a lentidão no processo de Claudia e de outros 200 pacientes Brasil afora deve-se à falta de vagas nos 27 centros de serviços cadastrados para realizar transplantes de medula óssea do tipo alogênico. “Nossas instituições estão inchadas. Há apenas 88 leitos aptos para oferecer transplante de medula do tipo alogênico no Brasil e todos estão sendo utilizados no momento”, aponta o hematologista Philip Bachour. Com essa estrutura levará pelo menos um ano para que os 200 pacientes sejam transplantados. Arquivo C.M.B O Ministério da Saúde promete triplicar o número de leitos existentes até 2016. Como tornar-se um doador - Para se tornar doador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 55 anos e gozar de boa saúde (ausência de doenças infecciosas como hepatite, HIV e sífilis, câncer, diabetes e males específicos do sangue) e dirigir-se a um dos hemocentros autorizados de sua cidade - os endereços estão disponíveis em www.ameo.org.br. No caso dos moradores da cidade de São Paulo, deve-se preencher o pré-cadastro, também disponível no site www.ameo.org.br, levá-lo ao Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde será coletada uma amostra de 10 ml de sangue para teste de HLA (histocompatibilidade). Caso não haja hemocentro cadastrado na cidade do interessado, basta entrar em contato com a Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo pelo e-mail administrativo@ameo.org.br e a entidade informará os tramites necessários para realizar uma campanha local. Se houver compatibilidade com algum paciente, o doador será contatado. “É direito das pessoas cadastradas no Redome recusarem-se a doar quando contatadas”, ressalta o hematologista, Philip Bachour.Se optar por doar a medula, o doador passará por exames para confirmar o seu bom estado de saúde. Atualmente, existem dois métodos de coleta de medula óssea. O mais utilizado é a retirada com agulha pela bacia. A duração aproximada desse procedimento é de 90 minutos, em que são realizadas múltiplas punções, com agulha, nos ossos posteriores da bacia, aspirando-se a medula. Outro método dá-se por meio intravenoso, pelo qual são retiradas as células-tronco do sangue do doador por meio de uma máquina que separa o sangue - a ser devolvido ao paciente - das células-tronco a serem coletadas. Antes desse procedimento, o doador precisa tomar um medicamento durante cinco dias, com a finalidade de estimular a produção das células-tronco no sangue circulante. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 15%. Cabe ao médico indicar o método adequado para cada caso. “Os riscos neste procedimento são poucos e relacionados à necessidade de anestesia geral, no caso de procedimentos realizados pela bacia. Os sintomas que podem ocorrer após a doação são de dor 28 // Revista da CAASP / Fevereiro 2015 Claudia, doadora que aponta a lentidão do sistema


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