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Revista da CAASP -Edição 15

local, astenia (fraqueza temporária), dor de cabeça, mas são todos passageiros e controlados com medicamentos simples, como analgésicos. A retirada de parcela da medula não causa qualquer comprometimento permanente à saúde do doador. Dentro de poucas semanas, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada”, assegura Bachour.  // Em caso raro, irmão foi o doador Leucemia mieloide aguda (LMA) é um tipo de câncer que se desenvolve na medula óssea. O organismo doente produz exageradamente células imaturas. A doença apresenta altas taxas de cura em crianças, cerca de 80%. Em adultos esse número é menor e a cura depende de procedimentos intensivos de quimioterapia e até transplante de medula óssea. Em 2011, aos 39 anos, a dentista Anna Paula Curi Rodrigues Alves lutou contra a LMA. Graças à doação de seu irmão, Henrique, ela está curada. “Descobri que estava com leucemia ao me submeter a exames de rotina, de caráter preventivo. Graças a esse hábito, fui diagnosticada precocemente”, conta Anna Paula. Vivendo na pequena cidade de Araguari, em Minas Gerais, ela teve de se deslocar até a vizinha Uberlândia para conseguir realizar novos exames, consulta com especialista e iniciar o tratamento. “Ao descobrir o tipo exato de leucemia que eu tinha, a mieloide, parecia que estava recebendo uma sentença de morte”, recorda. A partir de então a vida dela mudou. “Meu namorado é DJ, festas nunca faltaram. Depois do diagnóstico fui privada de muita coisa, desde comer determinados alimentos até manter contato com pessoas que eu amo, como a minha filha, por estar com o sistema imunológico muito fraco e suscetível a infecções”, salienta. Por causa do tratamento, Anna Paula foi obrigada a fechar as portas de seu consultório e passou a contar com ajuda financeira de familiares, namorado e amigos. Anna Paula, antes e depois do transplante.”Meu irmão foi meu herói” Em Uberlândia, Anna Paula teve de ficar internada em ala hospitalar restrita. O tratamento quimioterápico era agressivo e aos poucos matava sua medula óssea, debilitando cada vez mais seu sistema imunológico. Enquanto isso, seu único irmão, Henrique, passava por um teste de compatibilidade. Após os 65 dias internada, Anna Paula, soube que precisaria passar por um transplante de medula óssea e que seu irmão seria o doador. “Durante o tratamento convivi com outros pacientes, conheci histórias que chamaram muito minha atenção. Numa delas um rapaz esperava há dois anos por um doador compatível. Quando finalmente o localizaram, ele se recusou a doar”, recorda Anna Paula. “Saber que existe um doador compatível disposto a doar a você é uma notícia libertadora. Meu irmão foi meu herói”, emociona-se. Com ajuda médica, os irmãos escolheram o Hospital do Câncer de Barretos para realização do procedimento. Lá, ela permaneceu 21 dias em isolamento absoluto. “As janelas eram lacradas, Arquivo A. P. A. Fevereiro 2015 / Revista da CAASP // 29


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