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Revista da CAASP -Edição 15

SAÚDE \\ Transplante de medula pode curar leucemia e outras 70 doenças O ser humano partilha doenças todos os dias inconscientemente, mas quando goza de boa saúde não consegue compartilhá-la com ninguém. Ser um doador é partilhar uma boa saúde. Mais de 3,5 milhões de brasileiros já se cadastraram no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea - o Redome. Hoje, o Brasil tem o terceiro maior banco de medula óssea do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (com sete milhões de doadores) e da Alemanha (com cinco milhões de doadores). As dificuldades para os pacientes que esperam pelo transplante, contudo, ainda são muitas. Reportagem de Karol Pinheiro A medula óssea é um tecido gorduroso localizado na cavidade dos ossos. Ela produz células sanguíneas que carregam os glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio, os glóbulos brancos, encarregados da defesa do organismo, e as plaquetas, células que auxiliam na coagulação do sangue. “Nas crianças, a medula óssea está presente em todos os ossos do corpo. Conforme crescemos, ocorre uma concentração em cavidades específicas. Nos adultos, a medula fica praticamente restrita à bacia”, explica o hematologista Philip Bachour, membro da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO). Quando há diagnóstico de anemia aplástica grave, das leucemias mieloide aguda, mieloide crônica e linfoide aguda, de mieloma múltiplo, linfomas e de outras 70 doenças do sistema sanguíneo e imunológico, o transplante de medula óssea surge como cura ou como complemento aos tratamentos convencionais. Trata-se da única terapia celular descoberta até os dias de hoje que se tornou prática universal, pela melhora inconteste que traz à qualidade de vida dos pacientes. “O transplante consiste na substituição de uma medula deficitária por células de medula óssea sadia”, resume Bachour. O transplante de medula óssea pode ser do tipo autólogo (quando as células da medula provêm do próprio paciente) ou alogênico (as células provêm de um outro indivíduo, o doador). No primeiro caso, antes da administração de altas doses de quimioterapia e/ou da radioterapia no tratamento de doenças malignas, colhe-se um número adequado de células-tronco do doente, que são a seguir congeladas e armazenadas para que permaneçam intactas até o dia do transplante. 26 // Revista da CAASP / Fevereiro 2015 Bachour: em famílias pequenas é mais difícil encontrar doador


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