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Revista da CAASP - Edição 13

Já com Viva o Povo Brasileiro a coisa é diferente. Trata-se de um romance de quase 800 páginas, talvez mais indicado para se ler nas férias, nuns dias propícios ao velho e gostoso hábito de saborear os grandes romances que demandam leitura sem pressa para começar nem hora para acabar. Nesse livro, João Ubaldo narra quatrocentos anos da história da Bahia, mesclando-a com episódios e personagens ficcionais. Como tudo o que João Ubaldo conta, é curiosa e engraçada a história de Viva o Povo Brasileiro – que foi escrito, exatamente, para ser um grande livro. Ou um livro grande, como ele em várias entrevistas explicou. Segundo relata jocosamente, foi seu editor da Nova Fronteira, Pedro Paulo Sena Madureira, que o desafiou a escrever um livro grosso, desses que “param em pé”. Teria lhe dito o editor: “Vocês Lima Duarte, o Sargento Getúlio do cinema. escritores brasileiros só escrevem essas merdinhas que a gente lê na ponte aérea”. Completa Ubaldo: “Aí fiz o livro desse tamanho”. Sargento Getúlio e Viva o Povo Brasileiro bastariam como seu legado literário. João Ubaldo deixou, no entanto, além de seu cabedal de crônicas, vários outros livros de destaque, como Vencecavalo e o Outro Povo, coletânea de contos, e O Sorriso do Lagarto, que foi adaptado para minissérie na rede Globo. Laughton (esq.) e Dietrich (dir.): interpretações marcantes. Outubro 2014 / Revista da CAASP // 47 Testemunha de acusação T estemunha de Acusação, filme de 1957 dirigido por Billy Wilder, é uma espécie de clássico dos clássicos dos dramas de tribunal, presente em todas as listas dos melhores desse gênero de cinema. A narrativa inicia-se de forma lenta e, embora seja curiosa desde o começo, pode parecer que a obra envelheceu. Trata-se de uma falsa impressão. Passados quase 60 anos do lançamento, a trama continua surpreendente. O filme conta a história do julgamento do suspeito pelo assassinato de uma rica senhora. O suspeito, personagem vivido por Tyrone Power, que havia se feito amigo da mulher assassinada ao ponto de tornar-se beneficiário de seu testamento, acusado pela polícia, alega inocência e busca a defesa de advogados.


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