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Revista da CAASP -Edição 12_-

ESPECIAL \\ Depois disso, a Amarribo apurou irregularidades na gestão anterior à de Francisco de Assis Queiróz. Segundo Chizzotti, o então prefeito Sérgio Buzzá cometera “barbaridades” e, após denúncias feitas pela ONG, fugiu e desapareceu. Àquela altura, já relativamente conhecida, a Amarribo foi objeto de reportagem da TV Globo, e o rosto de Buzzá apareceu no Jornal Nacional. Resultado: ele foi reconhecido em Chupinguaia, em Rondônia, denunciado pela população local e preso. José Chizzotti, hoje vice-presidente da Amarribo Brasil, também integra a Comissão de Controle Social dos Gastos Públicos da OAB-SP. Com a experiência de quem foi chefe da Procuradoria do Estado de São Paulo em Brasília e assessor dos ministros do STF Octávio Galloti e Paulo Brossard, além de chefe de gabinete de Brossard quando este foi ministro da Justiça (governo José Sarney), hoje advoga na área do Direito Público, mas nunca contra o Poder Público. “Sou procurador do Estado, acho que não devo advogar contra a o Poder Público por entender que isso seria uma maneira de me macular”, diz. Para ele, “é preciso ter consciência de que a corrupção é o mal que assola o Brasil atualmente” e que, se não combatida, “tornará o país ingovernável”. Com seu know-how no confronto com corruptos, acredita que derrubar a corrupção em nível municipal surtirá efeito progressivo. “A corrupção tem patamares, e um patamar depende do outro. Normalmente, a corrupção começa com a compra de apoio político do prefeito por autoridades das esferas superiores”, denuncia. Diz não ver este ou aquele partido político, a princípio, como ícone da corrupção, mas sugere: “O partido economicamente mais forte, provavelmente, deve ser o mais corrupto. De onde vem o dinheiro? Esse é o grande problema do Brasil: quem está no poder tem facilidade de cometer atos de corrupção, seja em prefeituras, governos estaduais ou no Governo Federal”. De outra parte, José Chizzotti elogia a Controladoria Geral da União “como instrumento dentro do Poder Público para combater a corrupção”. Externa “plena confiança” em Jorge Hage, que está à frente do órgão, a quem se refere como “uma pessoa íntegra, sem dúvida”, mas ressalva: “Agora, não posso afirmar que ele esteja conseguindo combater a corrupção”. O Congresso Internacional de Combate à Corrupção realizado no Brasil, em 2012, pela ONG de Ribeirão Bonito e pela Controladoria Geral da União reuniu mais de mil pessoas de todos os países representados na Transparência Internacional. O livro “O Combate à Corrupção nas Prefeituras do Brasil”, editado pela Amarribo Brasil, está na quinta edição. 28 // Revista da CAASP / Agosto 2014 Manual anticorrupção da Amarribo está na quinta edição


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