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Revista da CAASP - Edição 11 --

Sob a ótica da época, tratava-se de uma triste América Latina – e de uma violentíssima Colômbia –, historicamente envolta em revoluções insanas e guerrilhas, e governada por uma sucessão de caudilhos, muitas vezes a serviço dos americanos e suas fazendas de banana na região. O retrato da realidade que o estilo mágico disfarça é dramático e García Márquez resume no livro seu desalento pelo epitáfio que associa à estirpe dos Buendía após a morte do último deles, ao dizer que “... as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra”. Luiz Barros é escritor e jornalista. O Julgamento do Macaco Spencer Tracy e Fredrick March, evolucionismo contra criacionismo Junho 2014 / Revista da CAASP // 45 “O Julgamento do Macaco” – The Monkey Trial – é o nome pelo qual ficou popularmente conhecida a momentosa causa ajuizada em 1925 pelo Estado do Tennessee contra John Thomas Scopes, um professor acusado de ensinar a teoria de evolução a seus alunos do colegial, o que violava uma lei estadual editada naquele ano que, por razões religiosas, proibia o ensino do evolucionismo darwiniano nas escolas públicas. Esse foi, talvez, o primeiro grande julgamento midiático dos Estados Unidos, tendo atraído para a cidadezinha de Dayton, que então contava com uma população de 1.800 habitantes, mais de 200 repórteres; durante dias, a primeira página de grandes jornais do país, como o The New York Times, deram cobertura ao caso e, além disto, pela primeira vez as sessões de um tribunal foram transmitidas nacionalmente, ao vivo, via rádio. A grande repercussão do caso e sua importância histórica foram posteriormente ampliadas pelo fato de o episódio ter servido de inspiração para inúmeras reconstruções artísticas: livros, peças teatrais e filmes para TV e cinema.


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