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Revista da CAASP - Edição 11 --

SAÚDE \\ Hoje, existem no Brasil apenas dois medicamentos contra obesidade liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): o orlistat, que atua no intestino e impede que 30% das gorduras ingeridas em cada refeição sejam absorvidas pelo organismo, e a sibutramina, que age no sistema nervoso central, provocando no paciente a sensação de saciedade. Em 2011, a Anvisa baniu do mercado brasileiro os remédios para emagrecer à base de anfetaminas. De acordo com a Agência, estudos comprovaram que os medicamentos anfepramona, femproporex e mazindol tinham baixa eficácia na perda de peso e ofereciam elevados riscos à saúde dos pacientes. Quando todos os tratamentos clínicos mostram-se ineficazes, o último caminho é a cirurgia bariátrica, procedimento de alta complexidade. Mas os critérios para a realização da operação são rigorosos. Em geral, o IMC do indivíduo deve ser maior ou igual a 40, ou maior ou igual a 35 quando houver doenças associadas - como hipertensão, diabetes e males articulares – em níveis não-controláveis. Caso o indivíduo tenha índice de massa corporal acima de 50, recomenda-se a perda de 10% de seu peso antes da cirurgia, para que não haja grandes riscos durante o procedimento. Antes de se decidir pela cirurgia bariátrica, são imprescindíveis consultas com os especialistas antes mencionados. A fase pré-operatória pode levar até dois meses. Quatro modalidades de cirurgia bariátrica são autorizadas no Brasil: a redução do estômago com desvio intestinal (bypass gástrico), a derivação bileopancreática, a gastrectomia vertical e a banda gástrica (a introdução de balão intragástrico não é considerada uma cirurgia bariátrica). O bypass gástrico é o procedimento mais efetuado. A técnica consiste em reduzir o estômago e desviar o caminho do alimento para o intestino, o que diminui a produção de substâncias responsáveis pela fome e libera os hormônios que provocam saciedade e reduzem a produção das substâncias responsáveis pela fome. “As demais técnicas também são utilizadas, mas têm indicação restrita, para casos especiais, como pacientes que são soropositivos e que, caso sejam submetidos à técnica do bypass gástrico, podem vir a desenvolver Aids, realiza-se a gastrectomia vertical”, explica o cirurgião Sizenando Lima Júnior, que já realizou mais de 4.400 cirurgias bariátricas. “O gatilho da obesidade é a comida e ela não voa para a boca. O paciente não pode acreditar que, por conta da operação, ele não precisará mudar seu comportamento ou então que sua genética será reprogramada. Engana-se quem pensa que a cirurgia é um caminho fácil para perder peso”, frisa Sizenando. Segundo ele, na cirurgia de redução de estômago, método bypass gástrico, o estômago, 30 // Revista da CAASP / Junho 2014 Mancini: metas realistas são fundamentais


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