caracterizam obesidade, mesmo que o IMC do paciente não sugira que ele é obeso”, alerta o endocrinologista Márcio Mancini, chefe do Grupo de Apoio à Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da USP. No caso de crianças e adolescentes, reconhecer um quadro de obesidade exige observação cuidadosa, pois o IMC considerado normal varia com a idade. Para isso, os médicos usam gráficos de crescimento infantil estabelecidos pela OMS, em que os dados estão separados por sexo e faixas etárias. Mancini percebe um comportamento equivocado e persistente dos pais brasileiros em relação à saúde de seus filhos. “Ainda hoje, há pais que acreditam que criança gordinha é criança saudável. Comumente, os pais só percebem a obesidade de seus filhos quando essa já está completamente instalada”, lamenta o especialista. O tratamento da obesidade infantil deve ser iniciado o quanto antes, para que se diminuam as chances de a criança tornar-se um adulto obeso e desenvolver problemas característicos da doença. “As chances de uma criança obesa que não recebe tratamento chegar à fase adulta com obesidade mórbida é de 90%. Daí a importância de se investir no tratamento logo na infância”, salienta Mancini. Fonte: Ministério da Saúde Junho 2014 / Revista da CAASP // 29 Uma jornada difícil O tratamento da obesidade exige dedicação e paciência. Envolve não só a perda de peso, mas também a correção dos fatores de risco para outras doenças. “A ideia de um tratamento que consiga reduzir o peso corporal de indivíduos obesos a valores considerados normais vem sendo substituída por condutas que levam a um objetivo menos ambicioso e realista. Isso porque nem sempre é possível chegar ao peso normal, mas é possível reduzir em muito os fatores de risco para outras doenças”, explica Marcio Mancini. O tratamento pode incluir participação de endocrinologista, nutricionista, psicólogo e/ou psiquiatra e cardiologista, entre outros especialistas, a depender das condições do paciente. A reeducação alimentar deve ser personalizada, bem como orientação de atividade física regular. Muitas vezes é necessário o uso de medicamentos.
Revista da CAASP - Edição 11 --
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