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Revista da CAASP - Edição 11 --

EENNTTRREEVVIISSTTAA \\ Agora, o aparecimento desses mascarados me impressiona. Eu os vi quebrando vidraças no Rio de Janeiro, e aqui, na frente do Palácio do Itamarati, também querendo quebrar as vidraças, e a polícia de braços cruzados. Esses homens... não sei o que eles querem, mas sua atuação é negativa. Outra coisa que me chama a atenção é, nesta altura dos acontecimentos, aos 50 anos do golpe de 64, estarem convocando caminhadas com Deus, pela Pátria... eu levei um susto quando eu vi o chamamento. O que há por trás disso? O que significam esses movimentos? Acho que temos de estar preparados para dar a resposta. A nova Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade parece a reedição exata do movimento golpista de 64 em sua face civil. E é. E usando o nome da igreja de novo. Eu acho isso um absurdo. De que tipo de reforma o Brasil precisa? Precisamos de uma democracia mais direta, como defendem alguns? A classe política não quer fazer a reforma, lamentavelmente. Se depender do Congresso Nacional, não sai reforma. As poucas coisas que aconteceram, por exemplo, a perda de mandato por troca de partido, foi o Supremo quem fez, porque se dependesse do Congresso não sairia absolutamente nada. As poucas coisas estão sendo feitas pelo Supremo Tribunal Federal. Eu acho que a grande caminhada dos jovens neste ano, à margem da eleição, deve ser a da reforma política. E isso só acontecerá por meio do debate da sociedade. De nossa parte aqui, eu não acredito. E quais os pontos principais que o senhor reformaria? Eu terminaria com a presença do sistema financeiro nas campanhas. Campanha tem que ser feita só com dinheiro público, não pode haver empreiteiras em campanhas – isso é um escândalo, uma imoralidade. A eleição de parlamentares tem de ser por voto distrital. Nós não podemos ter 30 partidos: precisamos de um número limitado de partidos, cada um com seu conteúdo, com sua ideologia. As coligações tem que ser verticais: o PMDB não pode estar com o PT para presidente, para governador com o PSDB, para prefeito com outro partido - isso é uma anarquia que precisa terminar. 14 // Revista da CAASP / Junho 2014 “As poucas mudanças foram feitas pelo Supremo”


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