EENNTTRREEVVIISSTTAA \\ “Quem criou o Plano Real foi Itamar Franco” 12 // Revista da CAASP / Junho 2014 Assumiu a presidência da República o senhor Itamar Franco, com a cassação do presidente Collor. Nas conclusões da CPI do impeachment apareceram as denúncias do Pedro Collor contra o PC Farias, relatando coisas terríveis. Depois surgiram coisas horríveis contra empreiteiras e contra parlamentares. No final, a coisa parecia não ter fim. Então decidimos desmembrar, fazer a CPI dos parlamentares e, por escrito, nos comprometemos a fazer depois a CPI das empreiteiras. Dessa CPI dos parlamentares foi que nasceu a CPI dos “Anões do Orçamento”, que resultou na cassação de vários parlamentares. Só que a CPI das empreiteiras eu não consegui criar. Nenhum presidente e nenhuma maioria parlamentar me deixou criar. Há três pedidos meus de CPIs de empreiteiras e do sistema financeiro que não saíram. O hoje senador Fernando Collor parece nutrir um ódio especial pela sua pessoa, não? Ele está no direito dele, pois eu fui um dos principais responsáveis por sua cassação. O que o senhor acha da Lei 12.846, que pune empresas corruptoras de agentes públicos? Não consigo me aprofundar, não sei quais serão as consequências. É uma lei muito genérica. Sinceramente, não tenho um ponto de vista da execução, porque ainda não começou. As intenções eu acho que são boas. O senhor foi líder do governo Itamar Franco. O senhor acha que se faz justiça ao presidente Itamar ? O Itamar tinha suas esquisitices, digamos assim. Mas, na minha opinião, foi um grande presidente. Foi de uma seriedade, de uma moral... foi ele quem criou o Plano Real. O Fernando Henrique era ministro da Fazenda dele. Quem assinou o Plano Real, quem deu força ao Plano Real, que executou o Plano Real foi o Itamar Franco. Não existe uma vírgula contra a honestidade ou a honra do governo Itamar Franco. Pelo contrário: ele foi transparente. Na época dos “Anões do Orçamento” surgiu uma denúncia envolvendo seu chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves, que renunciou imediatamente e veio depor como simples cidadão, provando que não tinha absolutamente nada a ver com aquilo. Concluído isso, ele voltou ao governo. Então, um governo sinceramente digno, correto e decente foi o do presidente Itamar Franco.
Revista da CAASP - Edição 11 --
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