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Revista da CAASP - Edição 11 --

EENNTTRREEVVIISSTTAA 10 // Revista da CAASP / Junho 2014 \\ É mais difícil ser da base do governo Dilma ou do governo Lula? Quando a Dilma assumiu, eu fui várias vezes à tribuna para defendê-la. Ela demitiu cerca de seis ministros que cometeram irregularidades. Ela os demitiu sem pestanejar. Mas aí ela começou a sofrer resistências, começaram a pedir “volta Lula”, ela começou a ter problemas. Fizemos até um movimento a favor da Dilma para ela poder governar, fazer o que era certo, cortar o que estava errado sem ter de fazer troca de ministério por favor, troca de emenda por voto. Mas, infelizmente, não deu. O governo da Dilma hoje é um governo igual ao do Lula – tira um, bota outro. A presidente Dilma está desgastada e não tem aquele jogo de cintura que tinha o Lula. Ela não está acostumada a ficar até de madrugada discutindo, debatendo. Ela está fora do seu local. Ela tem um estilo de governar e de agir, e é obrigada a fazer um tipo de política que não se identifica com ela. O senhor vê risco de o PMDB abandonar o governo nas eleições? Eu não sei. Eu defendo a tese de que o PMDB deveria ter candidato a presidente da República. Time que não joga não tem torcida. O PMDB chegou a ter todos os governadores, menos Sergipe. Chegou a ter 60% da bancada da Câmara, o mesmo no Senado, e no entanto não tem um candidato a presidente da República. Nessas condições, o PMDB vai se esvaziando. Por outro lado, as alianças são feitas no Brasil... veja essa com o PT. É difícil. O PT não quer uma aliança, uma troca de ideias, de pensamentos. É dar cargo, cinco ou seus ministérios, um mais sem graça que o outro. Não há um conjunto para governar. Então, a situação do PMDB é muito triste. E a situação do próprio PT é delicada, porque estão começando a perceber que ele quer ganhar tempo para chegar à próxima legislatura e fazer mais de cento e tantos deputados. O senhor acaba de assinar uma representação contra a presidente Dilma por conta do caso Petrobras-Pasadena. O que o vice-presidente Michel Temer, que é presidente licenciado do seu partido, lhe diria – ou lhe dirá – sobre isso? Eu acho que o Michel Temer está desempenhando muito bem um papel muito importante. A Dilma não tem jogo de cintura para dialogar, e ele está fazendo o diálogo com o presidente da Câmara, com o presidente do Senado, com bancada na Câmara e com a bancada no Senado. Fotos Eugênio Novaes “O PMDB deveria ter candidato próprio a presidente”


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