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Revista da CAASP - - - - Edição 08

EENNTTRREEVVIISSTTAA \\ “A UDN e a Arena ainda estão ai, só mudaram de nome” 12 // Revista da CAASP / Dezembro 2013 (Rede Sustentabilidade, ainda sem registro no Tribunal Eleitoral), mesmo com as críticas que eles também mereçam. O PMDB, não. O negócio dele é o toma-lá- dá-cá. A UDN (União Democrática Nacional, partido conservador dos anos 50 e 60), o PSD (Partido Social Democrático, idem), a Arena (Aliança Renovadora Nacional, partido de sustentação da ditadura militar, de 1964 a 1985) ainda estão aí, só mudaram de nome. Essa ideia do patrimonialismo não se dá apenas na atividade política e na economia, ela se expressa em várias áreas. Há patrimonialismo na área intelectual brasileira. A universidade brasileira é muito refratária a aceitar ideias e contribuições que não estejam de acordo com seus cânones ou que não passem por seus processos internos de validação. Eu, por exemplo, sofri um preconceito muito grande com meus livros por não ser um historiador acadêmico. Eu sou um jornalista. E aí eu percebo que há um enorme preconceito e também um boicote ao meu trabalho pela academia. Isso é patrimonialismo de uma elite intelectual que galgou postos acadêmicos. Então, o patrimonialismo de Faoro está em todas as áreas. Está na área artística, por exemplo, com o grupo “Procure Saber”, que só aceita as biografias chapa branca; está no cartorialismo, que é muito forte no Brasil. Trata-se de uma visão genial, a de Raymundo Faoro, e que extrapola a própria análise que ele fez. O Brasil é um país de demarcação de territórios de poder, em todas as áreas. É a terra do “aqui mando eu”. Como você classifica sua obra? Eu faço livros-reportagem. São livros de não-ficção, eu não invento diálogos ou cenários. Tudo que eu escrevo nos meus livros é baseado em fontes, e geralmente fontes credenciadas pela academia, mas, na hora de escrever, eu uso uma linguagem literária e jornalística. São instrumentos que a comunicação desenvolveu para atrair e reter a atenção do leitor.


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