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Revista da CAASP -- Edição 07--

ENTREVISTA \\ “Nem FHC, nem Lula, nem Dilma foram ambiciosos em relação à educação” A educação tem nome na política brasileira: Cristovam Buarque. O senador carrega essa bandeira desde sempre, de modo incansável. Ex-reitor da Universidade de Brasília e ex-governador do Distrito Federal, ele não cansa de alertar seus pares no Parlamento e os sucessivos chefes do Executivo sobre o futuro sombrio que está reservado às nações que não priorizam a educação. Nesta entrevista do editor da Revista da CAASP, Paulo Henrique Arantes, Cristovam Buarque conta como seu projeto de federalização do ensino foi solenemente ignorado pela presidente Dilma Rousseff e apresenta suas sugestões para transformar a educação no país, reunidas em um modelo que consumiria 6,4% do PIB – menos que os 10% definidos pelo atual Plano Nacional de Educação. Nas linhas a seguir, o senador também comenta a destinação de recursos do pré-sal para a educação e ainda dá um sinal sobre seu futuro político. Revista da CAASP - Recente estudo da ONU (Organização das Nações Unidas) e do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) mostrou avanços significativos nos indicadores sociais brasileiros nos últimos 20 anos. A educação foi o setor que mais evoluiu, mas é o único que ainda permanece em nível insatisfatório. A que isso se deve? Cristovam Buarque - É muito simples: é a carreira de uma tartaruga contra uma lebre. A tartaruga avança, mas vai ficando para trás. Mesmo que o Brasil esteja melhorando, mantendo quase todas as crianças na escola, a qualidade dessa educação é tão ruim que nós estamos ficando para trás na comparação com outros países. A exigência da educação hoje é muito maior do que era há 20 anos. Até certo tempo atrás, uma pessoa poderia ser cozinheira de um restaurante antes de saber ler. É inadmissível hoje que essa pessoa não saiba um pouco de inglês ou francês. Eu conversei com dois empresários que iam investir num certo negócio e desistiram porque não havia 8 // Revista da CAASP / Outubro 2013


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