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Revista da CAASP -- Edição 07--

ESPECIAL \\ E quais seriam essas medidas? Bem, após o Banco Central elevar a taxa básica de juros de 7,5% para 9% (em quatro aumentos sucessivos), alguns sugerem que se force o aumento do desemprego como forma de esfriar o consumo e baixar a inflação. “Se quiser baixar a inflação, não pode manter esse nível de emprego. Para nossos padrões, estamos em regime de pleno emprego, o que, aliado ao aumento dos salários, força a inflação. É uma constatação dolorosa, mas a realidade não é necessariamente rosa”, entende Ary Oswaldo Mattos Filho. “Se o governo tivesse, por exemplo, permitido o reajuste dos combustíveis, a inflação seria maior. Infelizmente, de vez em quando temos que dar uma parada para arrumar a casa e poder crescer mais posteriormente”, corrobora Nakano. O desemprego no Brasil, apontado em setembro, é de 5,3%, após queda frente aos 5,6% registrados de julho. Difícil acreditar que esse baixíssimo percentual de desempregados possa ser prejudicial à economia. Em recente seminário realizado pela Bolsa Mercantil e de Futuros, Jim O’Neill, economista britânico criador do termo Bric para designar os emergentes Brasil, Rússia, Índia e China, indignou-se: “Em nenhum outro lugar eu ouviria economistas reclamando de que o desemprego está baixo demais. Esse é o tipo de problema que qualquer ministro de Finanças europeu reza para ter”. De fato, a Europa não consegue sair da crise eclodida em 2008. Com mínima recuperação econômica, ainda insuficiente para aliviar os danos da recessão, as populações europeias, exceto em alguns países, como Alemanha e Noruega, sofrem com a austeridade imposta pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e pela Comunidade Econômica Europeia, cujos empréstimos são condicionados 24 // Revista da CAASP / Outubro 2013 AFP


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