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Revista da CAASP -- Edição 07--

Após as manifestações populares que tomaram as ruas do país, em junho último, o senhor chegou sugerir o fim dos partidos... Outubro 2013 / Revista da CAASP // 17 O fim dos partidos atuais. Perfeito. Qual sua leitura dessas manifestações e das ações que delas decorreram? De que reformas o Brasil necessita? Há cerca de dois anos eu publiquei um texto sobre a reforma política brasileira, e o último item era “uma moratória partidária”. Durante seis meses não existiriam partidos. Que todos se reorganizem politicamente! Provavelmente voltariam os mesmos partidos, mas já com outras pessoas, já com outras ideias, e já com duas coisas fundamentais: unidade ideológica e unidade moral. Foi nesse sentido que eu fiz a provocação. Por que isso? Porque nós não estamos preparados para os novos tempos da política, que eu chamo o da guerrilha cibernética. Hoje, cada menino é uma trincheira, não precisa de partido para fazer uma manifestação. Eles estão tomando as Câmaras Municipais, e vão tomar muitas outras ainda. O mais chocante para mim não foi uma passeata de 100 mil pessoas, foram os vereadores tendo de pedir permissão aos manifestantes para se reunirem no plenário da Câmara Municipal. O que é que está acontecendo? Caiu a ficha daqueles que fizeram curso universitário e não vão ter emprego, que compraram carro e ficam três horas no trânsito e ainda têm de gastar 30% da renda para pagar a prestação. Os policiais estão despreparados para essa guerrilha cibernética. Nós, políticos, estamos despreparados, não sabemos como fazer para incorporar essa nova realidade. Os seus pares no parlamento estão sensíveis a isso tudo? Não. E além de não estarem sensíveis ainda estão fazendo um pouco de marketing com o que chamam de agenda positiva, que na realidade não muda nada. O seu partido, o PDT, é ou não da base do governo? Meu partido é da base do governo. Eu não falo pelo partido – quem fala são os líderes. Eu sou independente, faço meu discurso, minhas críticas, apoio. Eu comprei uma briga imensa com os médicos porque eu apoio o programa Mais Médicos, apoio totalmente. Aí o pessoal diz: mas você


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