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Revista da CAASP -- Edição 07--

EENNTTRREEVVIISSTTAA \\ privilegiados educacionalmente, mas ocorre também o privilégio social, porque, como tem poucas vagas, para entrar precisa de concurso. E quem entra? Quem teve livro em casa, quem teve professor particular. Além disso, são tão poucos que alguns têm até carro. Como fazer esse projeto da federalização ser mais debatido, ou debatido seriamente? Falando para a Revista da CAASP! Eu falo sobre isso todos os dias com quem me procura, dou os livros, faço discursos sobre isso. Hoje se trata da federalização como alguma coisa que todos sabem o que é – e alguns são contra. Já não é uma novidade total. Alguém entre seus pares no Senado têm a educação como pauta prioritária? Eu acho que alguns até podem ter, mas os eleitores não têm. É difícil se eleger com o discurso da educação. Eu me elegi senador com o discurso da educação porque já havia sido governador, já era um nome, caso contrário acho que não me elegeria. Educação não é a principal prioridade, ainda, mas será. As pessoas estão começando a perceber que não há futuro sem educação. Algum personagem da política brasileira teve alguma iniciativa de real impacto educacional? Só o Brizola (ex-governador Leonel Brizola), no Rio de Janeiro, e o Collor (ex-presidente da República Fernando Collor de Mello), quando adotou os Cieps (Centros Integrados de Educação Pública), criação do Brizola, com o nome de Ciacs (Centros Integrados de Atendimento à Criança), depois rebatizado Caics (Centros de Atenção Integral à Criança) pelo Itamar (ex-presidente da República Itamar Franco). Aí acabou. Qual sua opinião sobre a destinação dos recursos do pré-sal para a educação? Eu fui o primeiro a apresentar isso, e propus 100%. Naquela época era uma aberração. O projeto foi arquivado pela base do governo aqui no Senado. Depois eu apresentei outro projeto nesse sentido junto com o Tasso Jereissati - foi arquivado também. Então apresentei mais um, junto com o senador Aloysio Nunes. Aí o governo fez o seu e apresentou. Se eu fui o primeiro, é claro que sou favorável, mas hoje eu tenho medo. Estão vendendo como solução para a educação os royalties do petróleo. Isso é uma aberração. Primeiro porque, se tudo der certo, vai ter 88 bilhões de reais daqui a 20 anos, e a gente precisa de 450 bilhões. Então, não é muito. 14 // Revista da CAASP / Outubro 2013


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