processo de 20 anos. Eu, inclusive, sugiro começar pelas pequenas e por aquelas onde há um mínimo de tradição educacional, começar por aquelas onde os vereadores, o bispo, o pastor, os comerciantes façam um acordo de investirem na educação, seja na rua, na praça, no teatro, na biblioteca. O que temo é que muitas não queiram. Isso envolveria a extinção das escolas públicas estaduais e municipais? Envolveria a longo prazo. Na verdade, esse projeto guarda uma premissa importante. O atual sistema não tem como alcançar a qualidade que a gente precisa. É até possível melhorar as 197 mil escolas, mas um grande salto de qualidade é impossível. Então, a minha ideia: vamos criar um novo sistema, numa transição de 20 anos. Eu acho que nas pequenas cidades a transição durará dois anos; nas grandes levará mais tempo. É um sistema novo, e é isso que eu disse na carta à presidente Dilma, e até botei um nome: Novo Sistema Educacional Brasileiro. Essa carta foi entregue em julho de 2011. Outubro 2013 / Revista da CAASP // 11 E qual foi o retorno da presidente Dilma? Nunca obtive nem o recibo. Eu entreguei nas mãos da ministra Gleisi (Gleisi Hoffman, ministra-chefe da Casa Civil) e esqueci de pedir o protocolo. Eu soube por um amigo meu, que circula muito no Palácio do Planalto, que o pessoal está rindo de mim por propor salário de 9.500 reais para o professor. Eles acharam que isso era motivo de riso, era uma piada. Como seu eu tivesse a ideia maluca de aumentar o salário de todos os professores de uma só vez. A minha proposta é que isso seja aumentado progressivamente, enquanto o sistema vai se transformando. E quanto custaria a implantação desse novo sistema educacional público, federalizado? Vinte anos depois de iniciada a transição, vai custar 6,4% do PIB, supondo um crescimento de 3% do PIB, que é a média de longo prazo. Quanto custa o sistema educacional hoje? Hoje custa 5% do PIB, mas incluindo as universidades. Agora, o PNE (Plano Nacional de Educação) já disse que a educação vai consumir 10% do PIB, e eu sei que preciso só de 6,4% para a educação de
Revista da CAASP -- Edição 07--
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