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Revista da CAASP -- Edição 06

Arquivo pessoal R H Cardim Cardim: “Plantar árvores anãs não ajuda em nada” Agosto 2013 / Revista da CAASP // 43 Modelo de arborização é criticado Na lista de problemas ambientais urgentes, a perda da biodiversidade é, em geral, deixada em segundo plano e, quando lembrada, é tratada de modo equivocado em São Paulo. “Percebe-se na cidade o plantio de árvores ‘anãs’, que por serem pequenas demais não ajudam em nada a cidade. Árvore boa é árvore grande”, salienta o ambientalista Ricardo Henrique Cardim, que culpa as companhias fornecedoras de energia elétrica pelo plantio de árvores de pequeno porte, pois as de grande porte dificultam a manutenção da rede de fios. Mestre em botânica pela USP, Cardim mantém sozinho, desde 2008, a ação “Árvores de São Paulo”, que estuda a arborização da cidade e contribui para a preservação de áreas naturais ainda intactas. Esse trabalho já rendeu importantes frutos, como à criação do Parque Ecológico Municipal de Campo- Cerrado Dr. Alfred Usteri, no bairro Jaguaré, e de duas reservas ecológicas na Cidade Universitária da USP. “Uma cidade bem arborizada tem pouca poluição, tem umidade, tem sombra. Ou seja, é convidativa aos seus cidadãos, que deixam seus carros em casa para realizar pequenos trechos a pé”, enfoca. (Conheça mais ações em www.arvoresdesaopaulo.wordpress.com.) Telhados verdes Desde 2009 tramita na Câmara Municipal de São Paulo um projeto de lei que pretende estimular a criação de áreas verdes em coberturas de edifícios na cidade. A discussão do PL 115 gerou o seminário específico “Telhado Verde” no âmbito legislativo municipal, e sua votação em plenário deve ocorrer neste ano, conforme espera sua autora, a vereadora Sandra Tadeu (DEM-SP). Segundo ela, além do aspecto paisagístico, o objetivo principal do PL 115/09 é melhorar a qualidade do ar e o equilíbrio da Mundo Possível temperatura ambiental da cidade. “Estudos nos mostram que há ilhas de calor na cidade. E a diferença de temperatura entre o centro e a Serra da Cantareira pode chegar a 10º C”, alerta. “O telhado verde diminui a temperatura nos prédios, viabilizando a economia de até 30% no gasto de energia elétrica com ar-condicionado”, acrescenta. Comuns na Europa, os telhados verdes viraram sinônimo de bem-estar por proporcionarem controle do efeito estufa no interior dos prédios, melhorarem a qualidade do ar e atenuarem os efeitos das “ilhas” de calor. Os telhados verdes criam ainda espaços úteis, transformando-se num quintal comum nas alturas.


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