SAÚDE \\ // Poluição forçou adolescente a mudar de bairro 44 // Revista da CAASP / Agosto 2013 Poluição e falta de mobilidade não são exclusividades paulistanas, mas frutos do crescimento desordenado de boa parte das cidades brasileiras. No interior, as indústrias são o vilão. Na adolescência Fernando Cezar Pauletto morava em uma das vias mais movimentadas de Águas Belas, bairro do município de São José dos Pinhais, no Paraná. A Avenida Rui Barbosa, principal conexão entre as rodovias BR 277 e BR 376, é conhecida por abrigar o terceiro maior polo automotivo do país, acolhendo fábricas da Renault, da Nissan, da Audi e da Volkswagen. A região fica perto do principal aeroporto do Estado, o Aeroporto Internacional Afonso Pena. Em 2007, aos 16 anos, Pauletto começou a sentir incômodos persistentes – congestionamento nasal, espirros, dor de cabeça. Preocupado, procurou um médico e foi diagnosticado com rinite, doença inflamatória das mucosas nasais. “O médico me disse que a poluição do ar estimulava as reações indesejadas da doença”, recorda. Durante oito meses, ele teve de usar spray nasal, antialérgicos e comprimidos para fortalecer a imunidade do organismo. “Com o tratamento, os episódios de desconforto provocados pela rinite tornaram-se raros”, conta. Em 2011, a família de Pauletto resolveu mudar-se. Hoje, aos 22 anos, morador do bairro de São Pedro, na mesma São José dos Pinhais, onde não abundam as indústrias, ele vive melhor. “Estou distante das indústrias, a rua é mais tranquila e por aqui a qualidade do ar é melhor. Quase não existe poluição.” Ele acrescenta: “Não voltaria a morar em Águas Belas”. Segundo o jovem, desde que optou pela mudança de bairro os episódios de rinite não voltaram a acontecer. Arquvio pessoal Fernando C Pauletto Pauletto: novos ares, melhor qualidade de vida
Revista da CAASP -- Edição 06
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