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Revista da CAASP -- Edição 06

ESPECIAL \\ A Fifa tentou proibir a publicação do livro “Jogo Sujo – O Mundo Secreto da Fifa”. Lançada no Brasil em 2011, a obra do consagrado repórter da BBC Andrew Jennings esmiúça a estrutura da gigantesca instituição que domina o futebol mundial, seus métodos comerciais alheios a qualquer conduta, digamos, desportiva e a monumental vaidade de seus dirigentes. Jennings foi proibido de participar de entrevistas coletivas concedidas por membros da Fédération Internacionale de Football Association. Na verdade, o jornalista inglês comprovou fatos notórios antes noticiados como suposições. A cada quatro anos, a Fifa despeja sobre o país-sede da Copa do Mundo seu capitalismo sem risco. Quem se candidata a abrigar a festa quadrienal da Fifa tem de aceitar seus termos nada afeitos às necessidades e às culturas locais. E o Brasil entrou nessa. Em 2007, por empenho e arte do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva – de braços dados com o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e cartola-mor do futebol brasileiro, Ricardo Teixeira - este idiossincrático país latino-americano ganhou a disputa para sediar a Copa do Mundo de 2014. “Algumas premissas precisam ficar claras em relação a essa diabolizada Fifa, da qual eu não gosto por tudo que representa em termos de corrupção e falta de transparência. É preciso ficar claro que a Fifa não pede para ninguém se candidatar a realizar uma Copa do Mundo. Ela faz uma festa a cada quatro 28 // Revista da CAASP / Agosto 2013 A Copa é da Fifa, e ponto final Nas já históricas manifestações de junho, entre muitas outras coisas o povo pediu “hospitais padrão Fifa”. A poderosa organização que manda no futebol mundial não encontra quem lhe contradiga no Poder Público. Os estádios consomem bilhões e a cultura brasileira é ignorada. Reportagem de Paulo Henrique Arantes e Joaquim de Carvalho Juca Kfouri: “ A Copa é para a porção belga do Brasil”


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