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Revista da CAASP - Edição 03

SAÚDE \\ medicação. Para isso é fundamental o acompanhamento médico”, afirma Carvalho Filho. Durante o tratamento, as consultas devem ser realizadas a cada 15 dias na fase inicial, e, posteriormente, a cada mês. Os pacientes com a doença em estágio inicial não receberão pelo SUS, por ora, os novos remédios. “O caminho para um paciente chegar a um estado grave demanda décadas. Então, um indivíduo que hoje tenha uma lesão leve pode esperar para que outros medicamentos mais eficazes e menos tóxicos estejam disponíveis. Já os pacientes de lesões mais avançadas não têm tempo para esperar. Então, temos que mirar nesses indivíduos com o melhor que temos hoje”. Carvalho Filho não descarta, porém, a chance de o Ministério da Saúde rever e expandir a distribuição de Telaprevir e Boceprir para todos os portadores de hepatite C, devido aos altos índices de novas infecções. ONG critica o SUS Arquivo pessoal Francisco Martucci Martucci: ação preventíva junto a operários da Copa do Mundo 36 // Revista da CAASP / Fevereiro 2013 “O início do tratamento da hepatite C pelo SUS pode demorar até um ano e meio”. Quem afirma é Luiz Francisco Gonzalez Martucci, presidente da organização não-governamental “C Tem que Saber, C Tem que Curar”, que já contribuiu para diagnóstico e tratamento de 300 mil portadores do HCV. “Nos últimos três anos monitoramos a quantidade de pacientes em tratamento no sistema público, e a marca permaneceu em 11 mil pessoas. As projeções mostram que 12 pessoas morrem diariamente no Brasil, de forma precoce, por não saberem que têm hepatite C. Isso comprova que a população desconhece a doença e que faltam campanhas de esclarecimento e de detecção do vírus”, diz Martucci. São diversas as frentes de ação da ONG, fundada em 2004, no combate à hepatite C. Atualmente, seus membros, todos voluntários, visitam as obras dos estádios que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014, onde realizam testes rápidos e gratuitos nos trabalhadores para detecção do vírus HCV. A iniciativa mereceu menção honrosa da Organização das Nações Unidas. Seis estádios já foram percorridos - Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata), Arena Corinthians (São Paulo), Fonte Nova, (Salvador), Beira-Rio (Porto Alegre), Castelão (Fortaleza) e Maracanã (Rio de Janeiro). A cada etapa pelo menos mil trabalhadores submetem-se ao teste, e 1,5% deles apresentam resultado positivo, em média.


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