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Revista da CAASP - Edição 01

Setembro 2012 / Revista da CAASP // 19 Mas a que se deveu aquela ação coordenada? O advogado atrapalha quem quer mandar. A única forma de exercer a advocacia é com liberdade. Sem liberdade, você paralisa a paz social, paralisa o Poder Judiciário e paralisa, portanto, os direitos do cidadão. E o advogado é único que tem condições de defender esses postulados da advocacia. Então, queriam calar o advogado daquela maneira. Ninguém é contra uma diligência normal, desde que venha respaldada por ordem judicial e procedida com urbanidade. Meter o pé na porta, abrir gaveta na marra, no meu escritório, se acontecesse isso, eles teriam de levar um cadáver junto. A única forma de exercer a advocacia é com liberdade. Sem isso, paralisa-se a paz social “ “ Por que razão a mídia tende a igualar o advogado ao cliente? Isso acontece muito na área criminal. É difícil de a mídia entender o papel do advogado. Por isso, às vezes eu sugiro um curso de conhecimento jurídico para jornalistas, porque acontece coisas incríveis. Os jornalistas precisam aprender que juiz não dá parecer, promotor não decreta e outras coisas. É fundamental que todos entendam: para punir alguém, deve-se antes fazer um julgamento justo. Não adianta ser “bonzinho” ou “mauzinho”, tem de ser justo, e para ser justo deve-se ouvir os dois lados. Amanhã pode ser você: se alguém te acusar e você não tiver o direito de defesa, como é que você fica? Assim é o Estado Democrático de Direito, senão voltamos para a ditadura. O sr. acha que existe um vácuo legislativo que obriga o STF a cumprir funções do Congresso Nacional? Em primeiro lugar, o Brasil é o país das leis, e você muitas vezes não sabe se determinada lei está em vigor ou não. O que não falta é lei, mas há as que pegam e as que não pegam. Houve um sociológo que disse que a lei que pega é a que tem utilidade, e a que não pega é a que é inútil. E nós temos leis inúteis também. Toda decisão do Supremo, seja ela qual for, tem influência no conjunto social do país, porque ele é o órgão máximo da Justiça. Quando o Supremo fala, seja o que ele falar, ainda mais agora com a súmula vinculante, ele na verdade está mostrando que a sociedade tem de fazer daquela forma. Portanto, é um ato político.


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