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Revista da CAASP - Edição n° 28

42 REVISTA DA CAASP PERFIL Filha de retirantes nordestinos, Maria Adriana Brasileiro, 39 anos, aprendeu cedo o valor de estudar e trabalhar. “Meus pais não completaram os estudos, pararam no sexto ano do ensino fundamental. Mas eles conseguiram introduzir em mim e em meus irmãos a importância dos estudos. Essa é a maior herança que eles poderiam me deixar”, diz. Quando formou-se em Direito, a dedicação à carreira teve prioridade. “Sempre fui muito responsável”, afirma. A advogada, contudo, não pôde prever que, na reta final de uma tranquila gestação, ela e o marido, Jacques, seriam surpreendidos com complicações de saúde que consumiriam seus recursos financeiros e os desgastariam emocionalmente. Em 29 de julho de 2016, a gestante Maria Adriana foi levada às pressas à Maternidade Santa Maria / Hospital da Cruz Azul de São Paulo, na Zona Norte da Capital. Ela apresentava um quadro de pré-eclâmpsia. A pré-eclâmpsia é uma doença silenciosa. Manifesta-se após a vigésima semana de gravidez – Maria Adriana estava na 29º semana, quando chegou ao hospital. Nesse quadro, a liberação de proteínas na circulação materna provoca uma resposta imunológica do corpo. As paredes dos vasos sanguíneos são danificadas e a pressão arterial aumenta. Esse aumento é acompanhado de exacerbada perda de proteínas pela urina e de inchaço. O bebê é prejudicado: o fluxo de sangue fica comprometido e a criança não recebe alimentos suficientes, o que prejudica o seu desenvolvimento. Não raro, a pré-eclâmpsia obriga médicos a optarem por um UM PARTO PREMATURO E UMA CARREIRA INTERROMPIDA PERFIL Ricardo Bastos


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