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Revista da CAASP - Edição n° 28

parto de emergência. Sem a intervenção, o quadro pode se complicar e colocar em risco vida de mãe e filho. Três dias depois da internação, em 2 de agosto, Maria Adriana foi submetida a um parto prematuro. O pequeno Daniel veio ao mundo pesando 1,6 kg e com saúde delicada. Debilitados, mãe e filho passaram 35 dias na Unidade de Terapia Intensiva da maternidade. Mas, enquanto a saúde da advogada dava sinais de recuperação, a de Daniel era frágil. “Num dia eu estrava na UTI e ele estava bem, no outro, ele estava entubado, e no seguinte, era preciso fazer transfusões sanguíneas”, lembra Maria Adriana. No dia 5 de setembro, a família foi para casa. “Meu temor ao deixar o hospital era de que ele tivesse que voltar para lá em pouco tempo. Hoje, apesar de meu filho estar se desenvolvendo bem, ainda tenho esse medo, pois ele ainda está em tratamento”. Como sequela das complicações, Maria Adriana tornou-se hipertensa e desenvolveu hipotireoidismo. Daniel tem sopro no coração, quadro que os médicos esperam ser revertido até os dois anos de idade. Ate lá, mãe e filho estão em acompanhamento. Dias antes da visita da Revista da CAASP à casa da família, o pequeno Daniel venceu mais uma batalha. Curou-se de uma displasia broncopulmonar – doença típica de bebês prematuros que, entre outros problemas, compromete a oxigenação e a ventilação dos pulmões. Apesar das adversidades ocasionais, Maria Adriana assegura que tanto ela quanto Daniel estão com a saúde estável, agora. O APOIO DA CAIXA DE ASSISTÊNCIA “Toda essa situação abala a saúde, o emocional. E abala também o lado financeiro”, constata Maria Adriana. A hospitalização, o parto e os cuidados REVISTA DA CAASP 43 médicos geraram uma enorme dívida à família, a ser saldada com salário do marido Jacques. A saúde financeira familiar agravou-se pelo fato de a advogada ter de interromper as atividades profissionais. “Eu não pretendia interromper minha carreira. Quando tive minha primeira filha (Letícia, hoje com 8 anos), fiquei apenas dois meses sem trabalhar. Então, eu achava que daria à luz o Daniel em setembro e em dezembro, no máximo em janeiro de 2017, eu já estaria trabalhando de novo”, relata Maria Adriana. O marido teve de sustentar a casa sozinho. As dificuldades foram se acumulando. A irmã Maria Selma, também advogada e usuária dos serviços da CAASP, recomendou que Maria Adriana entrasse em contato com a entidade assistencial. O pedido por auxílio-maternidade de Maria Adriana foi deferido após rígido processo de análise de situação financeira em fevereiro deste ano. Como é regra da CAASP para concessão de ajuda pecuniária, ela foi entrevistada por uma assistente social, responsável por emitir o respectivo laudo social, posteriormente anexado ao processo e analisado por uma Câmara de Benefício, conduzida por um corpo de relatores - todos advogados - que realiza essa tarefa voluntariamente. “Enquanto profissional, meu desejo é de retorno imediato à minha atividade. Mas, por causa do susto, vou respeitar o tempo necessário para uma melhor recuperação dele (Daniel)”, afirma. E completa: “Depois dessa experiência de quase morte, eu passei a me questionar se vale a pena querer atropelar as coisas. Eu tinha uma carreira em ascensão e não quero que essa ascensão pare, mas percebi que dá para ser um excelente profissional e ter qualidade de vida ao mesmo tempo”. Maria Adriana espera voltar à ativa ainda neste ano.| PERFIL


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