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Revista da CAASP - Edição 26-

Lenio Luiz Streck talvez seja hoje o maior polemista jurídico do Brasil. Defensor intransigente da Constituição – “constitucionalista ortodoxo”, em suas próprias palavras –, aponta um movimento orquestrado para desconstruir a Carta de 1988. Enfática e reiteradamente, condena o chamado ativismo judicial e indigna-se contra aqueles que posicionam a moral, a política ou a economia acima do Direito. O professor de pós-graduação em Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo (RS), é advogado, integrado o Ministério Público de 1986 a 2014. Streck dedica-se prioritariamente à filosofia do Direito e à hermenêutica jurídica. Autor de mais de 40 livros e organizador de outros tantos, ganhou o Prêmio Jabuti em 2014, na categoria “Direito”, a mais importante distinção literária brasileira, pela obra “Comentários à Constituição do Brasil”, que coordenou junto com José Gomes Canotilho, Gilmar Mendes, Ingo Sarlet e Léo Ferreira Leoncy. No mesmo ano, seu livro “Compreender Direito” foi também finalista do Jabuti. Em 2016, novamente uma obra sua disputou a final do prêmio: “Os Modelos de Juiz: Ensaios de Direito e Literatura”, que escreveu ao lado de André Karam Trindade. Na entrevista a seguir, concedida ao editor da Revista da CAASP, Paulo Henrique Arantes, Lenio Streck exibe toda sua verve, como quando comenta as propostas contra corrupção levadas ao Congresso pelo Ministério Público: “Eu posso até concordar com a proposta de eugenia cívica, como eu a chamo, de querer saber de antemão se você tem propensão a delinquir, desde que ela seja aplicada para deputados, senadores, ministros do Supremo, ministros do STJ, procuradores-gerais de Justiça, governadores, prefeitos, presidentes da República. Ou isso seria só para a patuleia?”. REVISTA DA CAASP 9 DIREITO NÃO É MORAL, NÃO É POLÌTICA, NÃO É RELIGIÃO ENTREVISTA | LENIO STRECK


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