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46 REVISTA DA CAASP Por mais de 40 anos, o Direito proporcionou a Maria Luiza de Franco Agudo (foto) muitas conquistas e experiências marcantes. A advogada esteve na linha de frente da área jurídica de grandes grupos multinacionais, entre eles a Fiat, onde alcançou seu mais alto posto, o de diretora jurídica para a América Latina. Foi a primeira mulher a alcançar tal cargo na empresa. O ano de 2007 marcaria uma inflexão radical em sua vida, até então repleta de prosperidade. Sem rendimentos – a seguir contaremos por quê –, sua única opção foi recorrer a Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo. “Nós, advogados, contribuímos muito com a Ordem. Eu contribuí durante 45 anos, nunca faltei com meus compromissos com a entidade, por isso acho louvável que a CAASP tenha a inciativa de socorrer os advogados que, no fim da vida, e às vezes no meio da vida, sofrem algum infortúnio. É o tipo de órgão que outros profissionais não têm para valer-se quando precisam”, declara a advogada. Maria Luiza formou-se em 1970 pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo. Encontrou a realização profissional no Direito Empresarial. Cursou nada menos que três especializações: Direito do Consumidor, Direito dos Contratos e Direito Internacional. Aprendeu três idiomas estrangeiros - espanhol, inglês e italiano -, indispensáveis nas frequentes viagens que fazia ao exterior. Em 2000, por motivo de trabalho, ela se mudou para Curitiba. O marido, Ademar, e os dois filhos - Fábio e Flávia - ficaram em São Paulo. “Eu tinha uma grande responsabilidade em Curitiba e gostava do trabalho. Mas comecei a sofrer com saudades da minha família. As visitas de 15 em 15 dias não eram a mesma coisa que o dia a dia familiar”, recorda. Na mesma época, a fábrica de artefatos de borracha do marido ia mal financeiramente, o que contribuiu para o retorno de Maria Luiza para São Paulo. Para tanto, teve de abrir mão do cargo de diretora jurídica. “De volta a São Paulo, eu comecei a ajudar meu marido a pagar as dezenas de dívidas da fábrica. Vendi carros, imóveis, tudo que tinha para pagamento de dividas trabalhistas”, conta. A casa onde mora, em condomínio fechado na Grande São Paulo, é o último e único bem que restou à advogada, e que não pode ser vendido por causa de dívidas fiscais. Já com 64 anos, Maria Luiza começou a PERFIL PERFIL A INTERRUPÇÃO DE UMA CARREIRA DE SUCESSO Karol Pinheiro


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