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Revista da CAASP - Edição 24

60 REVISTA DA CAASP indústria automobilística viu que este era o caminho mais curto para fazer sua produção chegar até o consumidor. Na década de 80, com a fabricação de equipamentos eletrônicos de grande apelo de consumo, na época caros, como o videocassete, o consórcio foi para outros bens. Algumas décadas depois, o consórcio também chegou ao mercado de imóveis. Agora, é a vez dos serviços, como a cirurgia plástica e a reforma da casa. Nessa trajetória, o mercado de consórcios enfrentou um período turbulento, depois de crescer tanto e praticamente sem regulamentação. Surgiram muitas empresas que quebraram, e os consorciados ficaram no prejuízo. Na década de 80, a indústria automobilística atravessou períodos em que não tinha carros para entregar. A confusão foi grande. Hoje, os tempos são muito diferentes. Desde 1991, a empresa de consórcio precisa de autorização do Banco Central para funcionar. “O risco é zero para o cliente quando ele contrata uma empresa idônea”, diz Almiro. O presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac), Paulo Roberto Rossi, recomenda ao cliente que, na dúvida, entre em contato com a entidade, pelo telefone (11) 3231-5022. “Quem tiver dúvida sobre a idoneidade de uma empresa pode nos procurar”, afirma. O advogado Francisco Monteiro explica que nunca teve problema com consórcio. “Eu sempre procurei empresa sólida e nunca tive dor de cabeça”, afirma. Sérgio Lino recomenda que as pessoas sempre procurem empresas já consolidadas no mercado. “Fazendo isso, pode ficar tranquilo e descansar. Pode ir para a pescaria e relaxar, sem nenhuma preocupação”, afirma ele, fazendo referência a seu hobby predileto. A crise que atinge praticamente todos os setores da economia teve impacto menor no setor de consórcios. Segundo a Abac, o balanço do Sistema de Consórcios, fechado até maio último, registrou estabilidade no número de participantes ativos em 7,1 milhões em relação ao mesmo mês do ano passado, apesar da retração de 12,1% apontada nas adesões, que somaram 846,3 mil (janeiro a maio de 2016) contra as 962,5 mil (janeiro a maior de 2015) anteriores. “O equilíbrio no total de consorciados deve-se principalmente à qualidade das vendas realizadas nos últimos anos”, esclarece Paulo Roberto Rossi. “Com adesões conscientes, feitas por consumidores que planejam o futuro, pode-se afirmar que o consumo responsável, comprometimento com o orçamento pessoal, familiar ou mesmo empresarial, bem como os princípios da educação financeira, têm sido os fatores responsáveis pelos bons resultados do segmento, mesmo com a crise econômica”. Os consórcios de veículos leves é um exemplo dessa constância. Com volume crescente de 2,99 milhões, em janeiro de 2015, para 3,25 milhões, em maio deste ano, o setor retrata o interesse do consumidor pelo mecanismo para adquirir automóveis, utilitários e camionetes. Nesse período, aumentou 8,7%, enquanto que a venda direta de automóveis pelas formas tradicionais despencou. Para Rossi, esse contraste é o resultado de um momento passado, quando um grande número de pessoas pagou parcelas do consórcio como se fosse uma poupança. A crise chegou, mas não afetou o sonho desse tipo de consumidor – ou investidor, como os aficionados por consórcios gostam de ser chamados. “Trata-se de um avanço gradual em quase um ano e meio, que evidencia que havia crescido o número de consorciados DICAS RISCO ZERO


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