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Revista da CAASP - Edição 24

Uma pergunta, digamos, ideológica. É possível buscar equilíbrio fiscal sem penalizar assalariados e aposentados? Não tenha dúvida que sim. O Brasil tem dois problemas fiscais graves. Primeiro, a carga tributária nossa é inviável. Um país que tem a carga tributária que nós temos não consegue competir em certos segmentos. Na indústria, nós temos que trazer a carga tributária para uns 25% sobre o PIB industrial, e para fazer isso é preciso reduzir impostos. Só que, ao reduzir impostos, eu preciso reduzir os gastos. Então, a grande batalha nos próximos anos é definir como reduzir os gastos do governo preservando as camadas da população que ainda não têm uma autonomia maior. É essa a equação. Por que o debate sobre a tributação progressiva não avança? De certa forma, nossa tributação é progressiva. Nosso imposto sobre empresas é um dos mais altos do mundo, acima da gente só tem o modelo europeu de alguns países. O Brasil tem uma carga tributária sobre a indústria e sobre os salários maiores compatível com os Estados Unidos. Não é uma carga baixíssima. Outras alternativas, do tipo imposto sobre herança, são coisas muito pequenas, pode até fazer, não vejo problema. A batalha fiscal no Brasil, para redução da carga tributária, chama-se despesa. O governo vai ter que propor uma solução, e aí vamos para a questão da aposentadoria. Não tem para onde REVISTA DA CAASP 31 ENTREVISTA | UIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS


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