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Revista da CAASP - Edição 23

do Brasil, no Correio da Manhã, n´O Globo e, como colaboradora, nas revistas Realidade, Isto É e Veja, e também no O Pasquim, Opinião e Movimento. Foi chefe do departamento de jornalismo da Rádio Jornal do Brasil por sete difíceis anos de resistência à censura da ditadura, de 1973 a 1980. Empreendedora e ativista em prol do livro infantil, fundou e manteve por dezoito anos a primeira livraria infantil do país, a Malasartes; atuou como editora e exerce consultoria na promoção do livro no Brasil e junto a organismos internacionais, como a Unesco. Tema de infindáveis discussões acadêmicas e teóricas, e amiúde objeto de polêmicas, como em caso recente em que se propôs censura à obra de Monteiro Lobato, a literatura infantil está longe de ser um gênero literário menor. Justo ao contrário, trata-se de coisa extremamente séria, nas diversas funções que pode desempenhar na educação de crianças. Dentre tais funções é de se destacar, entre outras, o estímulo à imaginação, ser material acessório na alfabetização, contribuir com a formação de valores, em especial nas fábulas ou outras histórias que enunciam a “moral da história”, além de, desde sempre e agora com maior ênfase, tentar apresentar às crianças histórias que permitam um melhor trato com a diferença e os diferentes. Os grandes nomes universais da literatura infantil tais como Esopo, Os Irmãos Grimm e La Fontaine continuam vivos em sucessivas readaptações de suas obras. Suas fábulas e contos representam, principalmente, a coleta e registro, dos folclores nacionais de seus países à época em que escreveram. Diante do cenário brasileiro atual, na área da literatura infanto-juvenil, pergunta-se quem continuará representando as tradições orais brasileiras para as crianças de amanhã? | *Luiz Barros é escritor e jornalista


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