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Revista da CAASP - Edição 23

políticas equivocadas podem causar nas gerações futuras, a educação pública também é abordada por Paes de Barros: “Ninguém consegue explicar por que a universidade pública é gratuita. Uma universidade que atende somente 25% dos alunos? 75% dos alunos estão em universidades privadas e pagam, exceto pelos que estão no Pro-Uni”. Quando ao sistema de financiamento, ele reserva a seguinte proposição: “A gente abriu 15 REVISTA DA CAASP 31 universidades federais em oito ou 10 anos. Não seria mais barato fazer um Pro-Uni mais amplo e aproveitar a estrutura que você tem das universidades privadas? Não seria uma forma de atingir melhor os pobres?”. Ricardo Paes de Barros, em linhas gerais, defende a manutenção dos atuais programas sociais, com ressalvas: “Quando você pergunta se o governo deve tocar nos programas sociais, não, ele não pode, não deve e espero que não faça. Acho que não tem nenhuma declaração direta de Temer de que irá fazer isso, pois os programas têm sido importantíssimos para os pobres. Claro, tudo na vida precisa ser melhorado”. Sua opinião sobre o Bolsa Família, do qual foi um dos formuladores, é conhecida. Ele o aprimoraria da seguinte maneira: “O cadastro único é um documento enorme que faz mais de cem perguntas para as pessoas. Você descobre quem vai receber e quanto vai receber com base em uma única variável, que é a renda declarada. Por quê? Por que eu não uso todo o resto das informações que eu tenho, para garantir que aquela renda declarada é fidedigna? Várias informações que aquela família me dá me dão indícios de que aquela renda pode estar um pouco para cima ou um pouco para baixo. E há estudos que mostram que isso pode ter um efeito enorme. Você tem a informação na sua mão. Pode começar a fazer isso amanhã. E isso vai fazer com que mais dinheiro chegue à mão do pobre e que menos dinheiro seja desperdiçado”. ESPECIAL Bruno Polengo _ Instituto Ayrton Senna


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