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Revista da CAASP - Edição 19-

PALAVRA DO PRESIDENTE \\ 6 // Revista da CAASP / Outubro 2015 O BECO PODE TER SAÍDA Torçamos para que o filósofo Mário Sérgio Cortella esteja certo nas palavras ditas na entrevista desta edição. Lembrando Churchill, diz ele acreditar que o Brasil esteja no “fim do começo”, ou seja, a enorme crise pela qual passamos marcaria a transição de um país patrimonialista e corrupto para outro mais justo e politicamente íntegro. Alguém afirmou que o pessimista é um chato, enquanto o otimista é um tolo. Queremos crer que o professor Cortella seja um realista. De qualquer modo, o exercício da futurologia é sempre arriscado. A verdade factual é que não se vencem crises utilizando-se os mesmos métodos que as motivaram. Se a crise é estrutural e decorre de práticas deletérias históricas, como superá-la ampliando o alcance do fisiologismo, por exemplo? É assim que o Governo Federal tenta aplacar os ânimos pró-impeachment. O fisiologismo e os rotineiros casos de corrupção compõem o cotidiano da política brasileira, e o povo passa a enxergar os políticos como a encarnação do mal, pois, mesmo com toda a criatividade fisiológica, reforma ministerial e avanço da Operação Lava Jato, nada melhora na vida do brasileiro. Os dados econômicos divulgados em setembro são desalentadores. O desemprego aumentou de 8,3% para 8,6% no segundo trimestre – em um ano, 1,8 milhão de brasileiros perderam o emprego. Na comparação entre agosto de 2014 e agosto de 2015, a produção industrial brasileira recuou 9% - maior tombo em 12 anos. O número de inadimplentes na praça aumentou 4,86% em agosto. A inflação encontra-se em 9,46% ao ano e projeta-se uma contração de 2,8% do PIB em 2015.


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