Page 41

Revista da CAASP - Edição 19-

O lendário diretor Fritz Lang WEB Após o lançamento de M., o filme foi condenado por nazistas de altas patentes, mas Hitler teria atuado em defesa de Lang por ser seu fã, em especial por sua visão futurista expressa no filme Metrópolis, de 1927. De fato, em 1933, o todo poderoso ministro da Propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbles, chama a seu gabinete o cineasta para, a um só tempo, censurar um de seus filmes, o recém-lançado O Testamento do Dr. Mabuse, e convidá-lo, por ordem de Hitler, a assumir o comando geral da produção cinematográfica do Terceiro Reich, o que o levou a abandonar a Alemanha no mesmo dia, segundo relatou o cineasta em várias entrevistas, acrescentando o fato de que ao partir deixou para trás a mulher, que se tornara nazista. Grande cineasta, seguiu sua carreira em Hollywood, lugar propício a se cultivarem mitos e lendas: com isto sua obra, engrandecida por sua biografia, transformaram-no nesta figura mitológica e lendária em que se tornou. Há sobre ele inúmeras biografias, livros de entrevistas e estudos cinematográficos. Encontram-se na internet muitos vídeos com entrevistas por ele concedidas. A história de seu encontro com Goebbles é relatada em pormenores, muitas vezes. Diz-se que alguns biógrafos colocam em dúvida certos aspectos de sua versão desse encontro; mas isto não vem ao caso, se compreendermos que a dimensão heróica, mítica e lendária do cineasta e sua obra em nada se altera com esse fato. Afora seu insuperável talento, sua grandeza advém de um raro paradoxo, eis que a força do cinema deste homem que Hitler e Goebbels tentaram cooptar para a propaganda do Terceiro Reich havia sido construída pela crítica ao nazismo desde a origem. (Luiz Barros) Outubro 2015 / Revista da CAASP // 41


Revista da CAASP - Edição 19-
To see the actual publication please follow the link above