Page 34

Revista da CAASP - Edição 19-

PERFIL \\ Da dura surpresa ao renascimento “ A gente imagina que as coisas só acontecem com o outro, o vizinho, nunca com a gente. Mas elas acontecem”. A observação acima é da estagiária de Direito Adriana Marcelo dos Santos, de 42 anos. Em dezembro de 2014 ela participou de uma ação de saúde preventiva promovida pela CAASP e foi pega de surpresa: descobriu-se portadora do câncer de colo do útero, a terceira neoplasia maligna mais comum entre as mulheres no Brasil. “Havia uns dois ou três anos que eu não realizava esse tipo de exame. Quando o resultado saiu, tive a infeliz ideia de abrir sozinha e verificar na internet do que se tratava aqueles termos médicos estranhos, entre eles ‘carcinoma’”, conta. Carcinoma é o tipo histológico mais comum de câncer do colo do útero, representando cerca de 90% dos casos registrados hoje no país. Sua incidência começa a partir dos 30 anos e aumenta conforme a idade. “Eu fiquei desesperada”, lembra Adriana. Na época, ela programava a agenda do ano de 2015 que contaria com eventos importantes para seu crescimento profissional, como a realização da segunda fase do Exame de Ordem e a produção de seu trabalho de conclusão de curso na universidade. “Entrei numa fase de negação. Senti raiva do mundo, questionava o porquê disso e daquilo. Os amigos me pediam para repetir o exame, na certeza de que o laboratório havia errado o diagnóstico, já que eu me mostrava uma pessoa aparentemente saudável”, relata. “Então, eu pensei nas minhas filhas, Beatriz, de 20 anos, e Ana Julia, de 13, e percebi que tinha dois caminhos: ou eu perdia tempo negando a doença, refazendo o exame de cujo resultado eu não duvidava, ou buscava o tratamento para solucionar o problema o mais rápido possível”. Foi então que Adriana levou o resultado a um médico da rede referenciada da CAASP, que confirmou o diagnóstico. Adriana foi encaminhada em situação de urgência para o Hospital Pérola Byington, na Capital, instituição de excelência em saúde da mulher. “Ao chegar ao hospital tive contato com pessoas nos mais diversos estágios de câncer, passando por tratamentos longos e dolorosos. Isso me assustou, pois eu me via na pele daquelas pessoas”, relata. No Pérola Byington ela passou por uma nova bateria de exames para acurar a grau de evolução da doença. Foi com alívio que recebeu a mensagem de que o tumor estava em estágio inicial, o que justificava a falta de sintomas e sinalizava alto potencial de cura. O tratamento escolhido para o seu caso foi uma histerectomia total (cirurgia de retirada do útero) e sessões de radioterapia após a cirurgia. “O que me preocupava não era a cirurgia, mas a possível queda de cabelo que a radioterapia podia causar. Acredito que toda paciente diagnosticada com câncer tem essa preocupação com a vaidade”, salienta. 34 // Revista da CAASP / Outubro 2015 Adriana: “quem passa por um susto como eu passei fica alerta a tudo que o corpo diz”


Revista da CAASP - Edição 19-
To see the actual publication please follow the link above