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Revista da CAASP -Edição 18-

\\ OPINIÃO \\ Ainda hoje vemos muitos abusos. Muitas notícias sendo veiculadas sem qualquer comprovação e, mais do que nunca, o papel do advogado criminal, indispensável para a defesa processual, torna-se indispensável também neste novo palco, o da mídia. Problema ainda maior já dá sinais de vitalidade, quando, pelas redes sociais, notícias são veiculadas sem critério ou cuidado quanto a sua veracidade, tornando-se viral a sua veiculação, e, dessa forma, em prazo ínfimo, a destruição de reputações e vidas é quase instantânea, sem que haja muito a se fazer neste caso, de forma preventiva. Reafirma-se o papel do advogado criminal, que hoje, mais que nunca, torna-se indispensável, em todas as frentes. Já se disse que o acusado, quando sofre uma imputação, verdadeira ou não, atrai para si a dúvida condenatória e a sociedade mostra-se implacável nesse intento, para negar categoricamente o princípio constitucional da presunção de inocência pelo dito popular: “onde há fumaça, há fogo”. Por fim, ninguém pode afirmar que jamais será acusado da prática de um crime, mesmo que levianamente, e quando isto acontecer, muitas das vezes só restará o advogado criminal a lhe estender a mão para lhe garantir um julgamento justo no palco processual e sua defesa pública no palco da mídia nacional. A democracia reclama vigilância de todos e muita coragem dos advogados criminalistas, última trincheira de esperança para tantos injustiçados. *Luiz Flávio Borges D’Urso é advogado criminalista, mestre e doutor em Direito Penal pela USP, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo, por três gestões, conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil e presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim). 48 // Revista da CAASP / Agosto 2015


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