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Revista da CAASP -Edição 18-

DICAS \\ Divulgação Mercado oferece opções de pequeno, médio e grande portes // Baixo custo para o cliente, alto faturamento 28 // Revista da CAASP / Agosto 2015 Cátia Pereira Martins decidiu trocar um escritório em sociedade com dois colegas para um escritório virtual, e não se arrepende. “No próprio, a dificuldade era grande. A secretária decidia deixar o emprego e nós ficávamos sem ter ninguém para atender ao telefone. Aí colocamos uma secretária eletrônica e era comum ouvirmos o cliente deixar gravado, não sei se sem querer ou não, que ligava e sempre caía na secretária eletrônica. Hoje eu não sofro mais com isso”, comenta Cátia. O pacote que ela contratou, por R$ 290,00, dá direito ao uso de quatro horas de sala por mês, em dois endereços, na Avenida Paulista ou na Rua Vergueiro, dependendo da conveniência dela e do cliente, além de recebimento e organização de correspondência e atendimento de telefone, com frases que ela escolhe. Por exemplo, a secretária do escritório virtual pode atender ao telefone e transferir a ligação para o celular ou, como é o caso dela, informar que a advogada está num evento externo, em geral audiência, e anotar o recado, que é imediatamente transferido por e-mail ou SMS. “No escritório que tinha com meus sócios, na Praça da Sé, a minha parte era de R$ 1 mil por mês, agora eu pago R$ 290 e não tenho dor de cabeça. É uma vantagem muito grande”, diz. Caso necessite, ela pode pagar à parte por serviços de motoboy e de copeira. Ela gostou tanto da experiência que mudou os planos de utilização de uma sala de 45 metros quadrados que comprou na planta e que será entregue daqui a um ano. Pretende continuar no escritório virtual e alugar as instalações adquiridas. Com isso, terá lucro e ficará livre das despesas de condomínio e luz. O escritório virtual onde Cátia Pereira Martins se estabeleceu tem 160 clientes. Destes, 50 são advogados. O dono do escritório, Ernísio, que também preside a Ancev, recorda que, há dez anos, o número de operadores de Direito na sua carteira era insignificante. “No máximo, 5% dos clientes. Hoje a média é de 30%, e não só na minha empresa, mas em todas”, diz. Com essa taxa de ocupação, os advogados respondem por uma fatia significativa do faturamento do setor, que cresce ano a ano. O último levantamento do setor indica que, em 2014, os escritórios virtuais em todo o Brasil faturaram cerca de R$ 500 milhões, dos quais pelo menos R$ 100 milhões saíram do bolso dos advogados. “Os advogados então hoje entre os nossos principais clientes”, atesta. Os escritórios virtuais chegaram ao Brasil como solução empresarial, em 1994, por meio de uma empresa britânica. Foi consequência direta da abertura da economia promovida pelo governo Collor, alguns anos antes, e da estabilização da economia, com o fim da hiperinflação, no governo Itamar Franco. A indústria automotiva Chrysler queria estudar o mercado brasileiro antes de se estabelecer em caráter definitivo, e procurou escritórios virtuais compatíveis com a importância da empresa. Não encontrou, mas acabou convencendo a multinacional a abrir uma filial aqui. O negócio deu tão certo que logo vieram outras empresas estrangeiras especializadas em escritórios virtuais e coworking. Não demorou para que empresários brasileiros acabassem vendo no negócio uma oportunidade de ganhar dinheiro. Antes disso, havia modalidades de escritórios virtuais em São Paulo, mas não tinham a estrutura de hoje. O tributarista Raul Haidar conta que precisou de um em 1967, quando montou um curso para contadores e técnicos em contabilidade. Ele viu o anúncio de aluguel de salas num


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