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Revista da CAASP -Edição 18-

Há quanto tempo o Magazine Luiza conta com loja virtual? Eu gostaria que a senhora comparasse o desempenho do comércio virtual com o do tradicional. Em 1990 nós criamos uma loja que vendia por computador – e não existia nem multimídia no Brasil. Então, a gente sempre acreditou, a gente nunca separou o CNPJ. Hoje, de 15% a 20% das vendas do Magazine Luiza são feitas via loja virtual. Agora, a loja física não vai morrer. Ela vai criar um novo formato de entretenimento, de relacionamento. Cinquenta e sete por cento das pessoas que compram pela internet visitam uma loja física. Estudos como o Webshoppers, da e-Bit, que avaliam o crescimento do comércio virtual e o comparam com o do tradicional, têm demonstrado um crescimento muito maior do primeiro. É claro, pelo fato de o comércio virtual ser algo que está nascendo. A gente acredita no digital, mas o cliente não abre mão do tradicional, tanto é que a Amazon está abrindo loja física nos Estados Unidos. Essa interação entre o físico e o virtual, o cliente ser atendido onde e como ele quiser, vai ser uma realidade. Sempre que surge uma novidade, as pessoas parecem acreditar que o que já existia vai acabar, não? Quando surgiu a televisão disseram que o rádio ia acabar; agora com a internet falam que a televisão vai acabar, mas ela vai é ter outro formato. É assim mesmo, mas o q ue não se pode é ficar fora – quem ficar fora do digital estará perdido. Veja os jornais que não ingressaram na internet, e veja o exemplo da Kodak. A senhora é a favor da taxação das grandes fortunas como forma de colaborar para a redução da desigualdade? Eu ainda não estudei isso suficientemente. Me falaram que isso talvez não funcione como arrecadação, pois as pessoas mandariam o dinheiro para fora do país. Acho que é preciso estudar as consequências e não-consequências disso. O que a senhora recomenda para o empresário que quer crescer? Paixão e foco. Se você tem paixão pelo que faz e foca naquilo... por exemplo, neste momento tem que focar em fazer mais com menos, em vencer a crise. É preciso que haja um equilíbrio entre o pensar rico e o bolso. Se você não ousa de jeito nenhum, você não ganha; por outro lado, se você ousar demais... o que quebra uma empresa é fluxo de caixa. “Acreditamos no mercado digital, mas o cliente não abre mão do tradicional” A sabedoria do empreendedor consiste em ousar sem interferir muito no fluxo de caixa. Agosto 2015 / Revista da CAASP // 13


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