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Revista da CAASP -Edição 14 - Final - 6

ESPECIAL \\ O mercado fora da lei Reportagem de Paulo Henrique Arantes e Joaquim de Carvalho Treze pessoas presas e 200 mil CDs e DVDs apreendidos em Belo Jardim, Pernambuco. Estouro pela Polícia Federal de um depósito de eletrônicos, brinquedos e cigarros contrabandeados em Guaíra, no Paraná. Apreensão de sete mil produtos falsificados ou irregulares, principalmente roupas, em Manaus, Amazonas. Tudo isso aconteceu em um hiato de 24 horas, entre os dias 3 e 4 de novembro último. Produzidos ou comercializados de modo ilegal, óculos, cigarros, softwares, perfumes, produtos de limpeza, canais de TV por assinatura, câmeras de vídeo, videogames, pilhas, brinquedos e músicas (via jukebox) movimentaram em 2012 nada menos que R$ 23,8 bilhões, conforme levantamento do Fórum Nacional de Combate à Pirataria e à Ilegalidade (FNCP). Se formos além do conceito popular de pirataria, acrescendo ao termo as diversas formas de informalidade que abundam no mercado, chegaremos a números estarrecedores. O Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco) e a Fundação Getúlio Vargas fizeram isso, ou seja, estudaram a chamada “economia subterrânea”. Em valores absolutos, estima-se que a produção de bens e serviços não reportada ao governo atingirá em 2014 a marca de R$ 784,5 bilhões, ou seja, 16,2% do PIB nacional. O montante equivale ao PIB da Argentina. Importante registrar que esse Índice de Economia Subterrânea (IES), como os autores do estudo o batizaram, vem se mostrando em queda ininterrupta desde 2003, quando era de 21%. 16 // Revista da CAASP / Dezembro 2014 Foto Mariana Rafael (Agência Brasília) A chamada “economia subterrânea” no Brasil movimenta o equivalente ao PIB da Argentina


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