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Revista da CAASP - Edição 13

Em São Paulo, Valquíria montara seu novo escritório na Rua Quintino Bocaiúva, ao lado da Praça da Sé, a poucos metros do Fórum João Mendes. A estrutura era menor que a de Brasília, mas a advogada enxergava na nova empreitada um investimento promissor a médio prazo. “Nunca tive medo de recomeçar, de trabalhar para obter minhas conquistas”, assegura. No entanto, enquanto a carreira voltava aos seus trilhos, a saúde começava a descarrilar. Saúde comprometida e o socorro da CAASP “Comecei a sofrer de hipertensão, tinha picos de 19 por 12”, conta Valquíria. Mudou-se para Praia Grande, no litoral paulista, por recomendação médica, como um aditivo ao tratamento da doença, mas viajava para a capital diariamente para trabalhar. O estresse dessa rotina só fez seu problema se agravar, mas não seria a hipertensão que faria ela deixar de advogar. Nove meses após mudar-se para o litoral, ela começou a sentir fortes dores na coluna e nas articulações do joelho. Pouco tempo depois, viria o diagnóstico: artrose de alto grau nas regiões cervical e lombar e nos joelhos - mais recentemente, a artrose atingiu-lhe a bacia. “Sinto fortes dores, posso caminhar apenas alguns minutos por dia. Não posso subir escadas nem carregar peso. Afazeres domésticos simples, como lavar a louça, são extremamente difíceis para mim. Quando abuso, sou obrigada a ficar da cama dois, três dias, até por uma semana”, descreve. O repouso absoluto nas crises é obrigatório, conforme recomendação médica. Com isso, em 2009 Valquíria teve de fechar o escritório. “Por quase um ano, me mantive com as parcelas que vinham sendo pagas pelos serviços que eu havia realizado. Mas sabia que esse dinheiro ia acabar”, relata. E acabou. Sem dinheiro e sem condições de trabalhar, contava com uma pequena ajuda financeira do irmão. “Eu sempre me virei sozinha, sempre vivi bem com o suor da minha advocacia. Foi difícil admitir que eu não tinha mais como trabalhar, como me sustentar”. Foi por intermédio da colega Isabela Parolini que Valquíria conheceu a Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo, a quem recorreu e foi atendida, após entrevistas com assistente social e confirmação de sua incapacidade laborativa e dificuldade econômica. Com seu pedido deferido pela CAASP, Valquíria recebe auxílio mensal em dinheiro, cartão-alimentação e outros benefícios. “Como advogada, passei a vida a socorrer pessoas que me pediram ajuda. Por isso, foi extremamente recompensador eu saber que podia contar com o apoio de um órgão como a Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo, quando fui eu que me vi necessitada de ajuda”, ressalta. Outubro 2014 / Revista da CAASP // 43


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