Page 30

Revista da CAASP -Edição 12_-

ESPECIAL \\ um futuro mais limpo. O Museu da Corrupção não analisa méritos jurídicos, apenas devolve à luz episódios que mereceram a indignação pública, cada qual em sua época. São inúmeros os casos ali lembrados, tanto os que resultaram em punição quanto os que acabaram em nada, estes relacionados em uma espirituosa seção “Pizzaria”. As CPIs também merecem uma “sala” exclusiva. Em tempo: já estão no Museu da Corrupção o caso Petrobras-Pasadena e o do aeroporto de Cláudio, em Minas Gerais, protagonizados pelos candidatos a presidente da República Dilma Rousseff e Aécio Neves, assim como a Operação Lava-jato, estrelada pelo doleiro Alberto Youssef, entre os fatos da ordem do dia. O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, também é figura de ponta no museu virtual, tanto pelo Mensalão do DEM, de 2007 a 2009, quanto por sua inclusão da Lei da Ficha Limpa agora, momento em que tenta reeleger-se. O Mensalão do PT, certamente, merece lugar de destaque no Museu da Corrupção, bem como o método chamado de Valerioduto, em alusão ao publicitário Marcos Valério, que estreou no chamado Mensalão Mineiro, durante o governo de Eduardo Azeredo (PSDB) em Minas Gerais. Uma viagem pelo “museu” nos remete, por exemplo, ao escândalo do Banco Econômico, instituição financeira que quebrou depois do Plano Real, em 1994, e acabou liquidada judicialmente em 1996. O banco de Ângelo Calmon de Sá, que segundo o Banco Central maquiava balanços contábeis e desviava recursos para outras instituições dos seus controladores, esteve antes envolvido em outro escândalo, este abafado pela ditadura militar, envolvendo cheques administrativos sem cobertura. Calmon de Sá foi ministro da Indústria e Comércio no governo do general Ernesto Geisel. O Escândalo da Mandioca também está exposto no Museu da Corrupção. Fraude no crédito agrícola que envolveu o Bando do Brasil, o caso aconteceu na cidade de Floresta, entre 1979 e 1981, no governo do general João Batista Figueiredo. Comandada por um gerente do banco, Edmílson Soares Lins, a ação envolveu comerciantes, pequenos e grandes agricultores, políticos, um ex-major da polícia e funcionários públicos. Um e meio bilhão de cruzeiros (R$ 20 milhões) obtidos pelo crédito agrícola foram desviados. Não poderia estar ausente o Caso Banestado, cuja CPI teve relatório final apresentado em dezembro de 2004, sugerindo o indiciamento de 91 pessoas, entre as quais o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o dono das Casas Bahia, Samuel Klein, todos 30 // Revista da CAASP / Agosto 2014 Marcos Valério, operador dos “mensalões“


Revista da CAASP -Edição 12_-
To see the actual publication please follow the link above