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Revista da CAASP - Edição 11 --

SAÚDE \\ Em maio deste ano, o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) baixou uma resolução classificando como abusiva toda propaganda que tente persuadir a criança a consumir produtos cuja publicidade explore desenhos animados, bonecos, linguagem infantil, trilhas sonoras infantis, oferta de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis de apelo infantil. Associações de anunciantes, emissoras, revistas, empresas de licenciamento e fabricantes de produtos infantis criticaram a medida e dizem não reconhecer a legitimidade constitucional do Conanda para legislar sobre publicidade e para impor a resolução tanto às famílias quanto ao mercado publicitário. O debate sobre a validade da resolução também envolve a questão de como serão aplicadas punições, o que torna a questão ainda mais complicada e intensifica a disputa jurídica sobre ela. Para o endocrinologista Márcio Mancini, o caráter multifatorial da obesidade deve ser levado em conta. Até fatores urbanísticos contribuem com a obesidade. “Ausência de parques públicos ou parques mal conservados, falta de ciclovias, calçadas esburacadas e altos índices de violência interagindo com fatores como comportamentos alimentares e problemas fisiológicos, metabólicos e genéticos, têm um papel importantíssimo na elevação das nossas taxas de obesidade”, observa. // Uso de estimulantes alimentares tornou jovem obesa Hulda Rode nasceu em Ceilândia, Distrito federal. Aos sete anos era uma criança magra. Os pais, na tentativa de fazer a filha ganhar peso, passaram a administrar-lhe estimulantes alimentares. Resultado: Hulda começou a ganhar peso e não parou mais. Aos 24 anos, pesava 120 quilos e acumulava uma série de problemas de saúde. A alimentação de Hulda na infância e na adolescência era baseada em carnes e massas. Doces e biscoitos recheados também tinham lugar garantido. Mesmo praticando natação, ciclismo e patinação, seu peso não regredia. Na fase adulta, iniciou uma série de tratamentos médicos para perder peso. “Fazia dieta e tomava inibidores de apetite como fremproporex, anfepramona e sibutramina. Fiz academia e hidroginástica, mas em nada tive sucesso”, conta. Os problemas de saúde atrelados à obesidade logo começaram a surgir: pré-diabetes, apneia do sono, taquicardia, inflamação nas articulações, dores nos ossos, episódios de cólica renal. “Por conta da obesidade, minha rotina era cansativa. Por causa da apneia e da tarquicardia, eu dormia sentada para evitar a sensação de sufocamento”, recorda. Por conta de situações como essa, desenvolveu um quadro de depressão. 32 // Revista da CAASP / Junho 2014


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