SAÚDE \\ alimentar e ministrar os remédios. “É realmente assombroso lidar com uma doença que, num dia, deixa o doente de um jeito e, no outro, tudo está diferente. O truque é tentar estar sempre adiante e ter jogo de cintura nas situações inesperadas, que são muitas”, diz Adriana. Assim como não há cura para o Alzheimer, também é impossível preveni-lo. Mas, já comprovou a medicina, hábitos de vida saudáveis podem ajudar a protelar seu surgimento. “Manter uma alimentação equilibrada, com pouca ingestão de carne vermelha, controlar fatores de risco como obesidade, hipertensão, diabetes, sedentarismo, fumo e álcool são medidas que evitam o aparecimento precoce da doença”, explica Sonia Brucki. Além disso, ler e conversar sempre fazem o cérebro trabalhar, portanto dão sua parcela de contribuição contra o desenvolvimento do Alzheimer. Ciente da hipótese de predisposição genética para o Alzheimer, Adriana Massini adota os hábitos supostamente preventivos, e, como tantas pessoas, aguarda a descoberta do “elo perdido” na complexa cadeia de eventos que leva ao desenvolvimento da doença. Nova descoberta: caminho da cura? Arquivo pessoal Sonia Brucki 34 // Revista da CAASP / Dezembro 2013 Em outubro, uma descoberta provocou rebuliço na imprensa mundial. Ao realizarem testes em camundongos, pesquisadores da Universidade de Leicester, na Inglaterra, teriam descoberto uma substância química capaz de levar à cura do Alzheimer e dos males de Parkinson e de Huntington. Não é raro na história da medicina que testes exitosos em animais fracassem em humanos. Daí a pergunta: até que ponto a excitação midiática se justifica? “Esta descoberta foi, sem dúvida alguma, muito importante. Mas daí a dizer que vamos chegar à cura do Alzheimer... isso vai levar mais alguns anos”. A afirmação é da neurologista Sonia Brucki. “Esta abordagem analisa o que todas as doenças neurodegenerativas têm em comum”, observa. A metodologia utilizada no estudo inglês, divulgado pela revista Science Translational Medicine, priorizou os mecanismos naturais de defesa das células cerebrais. Os Sonia Brucki: cura ainda vai demorar
Revista da CAASP - - - - Edição 08
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