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Revista da CAASP - - - - Edição 08

Dezembro 2013 / Revista da CAASP // 33 banho, vinham sendo esquecidas por ele”, conta Adriana Massini. “Era comum ele passar por mim, bagunçar meu cabelo, fazer um carinho. De repente, isso não acontecia mais”, emociona-se. Segundo a coordenadora do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, Sonia Brucki, todos estamos sujeitos a algum grau de alteração cognitiva. Estudos revelam que cerca de 50% dos idosos a partir dos 85 anos apresentam algum problema de cognição. “O importante é verificar se essas perdas são naturais, por conta da idade, ou se são causadas pela Doença de Alzheimer”, ressalta a neurologista. Não existe um exame diagnóstico específico do Alzheimer. “Começamos a busca pelo diagnóstico em 2005, e o resultado só foi confirmado dois anos depois”, lembra Adriana. O diagnóstico final da doença só é obtido após meses de avaliação comportamental, associada a exames de sangue e de imagem (tomografia ou ressonância magnética) que têm a função de excluir outras doenças. Em alguns casos, o exame do líquido céfalo-raquidiano pode ser necessário. O diagnóstico precoce, que nem sempre é possível, ajuda a preservar a qualidade de vida do paciente, já que ainda não há cura para a Doença de Alzheimer. Os medicamentos existentes ajudam a diminuir a velocidade da perda funcional, assegurando mais tempo de autonomia. “A dependência total acontece no estágio final da doença, por isso é importante que, assim que diagnosticado o Alzheimer, o doente continue com suas atividades habituais”, explica Brucki. “Cabe à família averiguar se as atividades realizadas hoje pelo doente serão seguras amanhã, quando a doença avançar”. Como o Alzheimer é uma patologia progressiva, o tratamento muda conforme seu estágio. Terapias complementares como fisioterapia e fonoaudiologia costumam ter efeito positivo. Os gastos para a família não são desprezíveis. Além de alimentação enteral, fraldas, sugadores de saliva e outros equipamentos necessários na fase mais avançada, a presença de um enfermeiro ou ajudante pode ser imprescindível, a não ser que algum membro da família esteja à disposição para vestir, dar banho, Shutterstock Arquivo pessoal Adriana Massini Adriana com o avô: ”A perda da noção de tempo foi o primeiro sinal”


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