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Revista da CAASP -- Edição 07--

PALAVRA DO PRESIDENTE \\ 6 // Revista da CAASP / Outubro 2013 Do descaso à crueldade A notícia é desoladora. Divulgada no último dia 27 de setembro, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – o Pnad 2012 – mostra que a taxa de analfabetismo no Brasil, que vinha em queda desde 2004, elevou-se de 8,6% para 8,7% de 2011 para 2012, considerada a população com mais de 15 anos de idade. A presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Wasmália Bivar, correu a informar que a variação de 0,1 ponto percentual significa estabilidade estatística. No nosso entender, a simples estabilização já configura uma flagrante derrota em se tratando de uma área de notória deficiência no Brasil, talvez o mais apertado dos nossos gargalos. Não é por acaso que esta edição da Revista da CAASP traz entrevista com o senador Cristovam Buarque, cujo nome tem relação natural com o tema educação. O ex-governador do Distrito Federal e ex-reitor da Universidade de Brasília foi ouvido antes da divulgação do Pnad, mas podemos imaginar sua reação ao resultado. Algumas das mazelas dos governantes brasileiros nessa área são bem descritas por ele, como a priorização do ensino superior pelos governos FHC, Lula e Dilma, e a quase total inação dos três em relação à educação de base. Em nossa opinião, o que se faz pela educação das crianças brasileiras aproxima-se de zero em termos qualitativos. É emblemático que o IDHM 2013 (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) mostre sensíveis avanços sociais no Brasil nos últimos 20 anos, mas a educação seja dona do pior indicador entre todos os itens mensurados. Atentemos para os seguintes dados de 2010: 91,1% das crianças de 5 e 6 anos frequentaram a escola; 84,9% das crianças de 11 a 13 anos cursaram os anos finais do ensino fundamental; e apenas 57,2% dos adolescentes de 15 a 17 anos completaram o ciclo.


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