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Revista da CAASP -- Edição 07--

PALAVRA DO LEITOR \\ CULTURA Em relação à seção Cultura (edição número 6), gostei muito dos dois textos – inteligentes, interessantes, bem escritos –, sobretudo do primeiro, que me fala mais ao coração. O segundo propõe de início uma discussão que me parece puramente acadêmica, a noção de gênero no cinema, tornada arbitrária e inteiramente adulterada de seu(s) sentido(s) original(is) pelo uso corrente e indiscriminado em cartazes de filmes, anúncios de jornal, vídeo-locadoras e congêneres. A começar pelo fato de que o que se indica como diferentes “gêneros” não são categorias mutuamente exclusivas. Veja-se como exemplo o site do Netflix, de que eu sou assídua frequentadora (ao lado de uma enxurrada de porcarias, vira e mexe encontro coisas muito boas); dentre os diferentes “gêneros” especificados encontram-se “dramas”, “documentários”, “suspense”, “comédias”, “filmes estrangeiros” e “filmes brasileiros”, como se não existissem comédias dramáticas, ou se uma comédia ou um drama pudessem deixar de ser necessariamente de produção nacional e/ou estrangeira, sendo que os filmes “estrangeiros” são quaisquer outros que não os americanos e estes últimos são o arroz-com-feijão do site, onde entram sem especificação de procedência ou categoria. Os grandes gêneros lógicos usados pelos especialistas (por exemplo, os catalogadores das cinematecas), tipo “ficção”/”não-ficção”, estão inteiramente fora do linguajar corrente. Assim – voltando ao texto –, na qualidade de ex-estudiosa de cinema (que já não sou há muito tempo), a única observação que eu faria – não é uma correção, só observação mesmo – seria um acréscimo: rigorosamente falando, em vez de gênero, eu diria que os filmes de tribunais são um subgênero; mas como o contexto é uma revista de cultura e não uma ficha catalográfica, está perfeito como está. 58 // Revista da CAASP / Outubro 2013 Maria Rita Galvão Ex-Professora de Cinema da Escola de Comunicações e Artes / USP Ex- Diretora da Cinemateca Brasileira COPA DO MUNDO 1 Não concordo com a matéria sobre a Copa do Mundo (edição número 6 – Especial). Enquanto uma boa parte dos brasileiros não “pensar grande”, como pensam todos os povos que já realizaram esse evento e muitos outros que ainda estão “brigando” para realiza-lo, não teremos um bom futuro. José Salomão Fernandes Advogado


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