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Revista da CAASP -- Edição 07--

\\ PERFIL Cristóvão Bernardo Luiz Augusto, superação de todas as dificuldades 42 // Revista da CAASP / Outubro 2013 Amor e apego incondicional à vida Em 1954, aos 29 anos, o pernambucano Luiz Augusto da Silva fez como muitos de seus conterrâneos: deixou Altinho, sua cidade natal, para trás e embarcou para São Paulo em busca de melhores condições de vida. Na metrópole tornou-se metalúrgico e como metalúrgico trabalhou durante 30 anos. As vésperas de se aposentar, aos 54 anos, decidiu voltar a estudar. “Eu queria crescer na indústria, não queria estacionar. Escolhi o Direito”, recorda Luiz Augusto. Dividindo-se entre o trabalho na metalúrgica, o estudo do Direito e a família, conseguiu formar-se pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), conquistando a Carteira de OAB em 1984. Advogou em sociedades de advogados até que montou seu próprio escritório, em casa, no município de São Caetano do Sul. “Não escolhi uma área específica do Direito para atuar. Trabalhava com todas as causas que chegavam a mim”, diz. Por quase 20 anos, o Direito proporcionaria a Luiz Augusto muitas conquistas, até que em 2003 ele sofreria um golpe avassalador. Com dificuldade para enxergar, procurou o oftalmologista. Achou que era hora de começar a usar óculos, mas foi diagnosticado com glaucoma, doença que leva à perda progressiva da visão. Depois de três anos, ele teve de parar de advogar. “Eu mal conseguia ler os processos que tinha em mãos. Tive de parar”, salienta. Os processos em andamento foram divididos entre colegas advogados. Com o chefe da casa impossibilitado de trabalhar, a esposa Luzinete começou a passar roupas para vizinhos como forma de ajudar nas despesas. Mas o avanço da doença do marido o deixava cada vez mais dependente para as atividades mais simples, como vestir uma roupa ou colocar a comida no prato. Luzinete praticamente não podia mais sair de perto do marido. Os parcos recursos da aposentadoria pelo INSS não supriam as despesas da casa nem os custos dos inúmeros remédios que Luiz Augusto era obrigado a tomar.


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