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Revista da CAASP -- Edição 07--

SAÚDE \\ 32 // Revista da CAASP / Outubro 2013 professores para as temáticas sexuais por meio de projetos de formação continuada, como o GDE – Gênero e Diversidade na Escola. Mas são projetos pontuais, com duração de três meses e que dizem respeito apenas à discriminação de gênero e homofobia. “Uma boa educação sexual precisa ter objetivos previamente estabelecidos, exige temporalidade, metodologia e didática”, salienta Rennes. Para o professor, a educação sexual deveria ter espaço próprio na grade escolar. A disciplina seria oferecida a partir do quinto ano do Ensino Fundamental e se estenderia até o terceiro ano do Ensino Médio. Em duas horas-aula, o professor faria dinâmicas de grupo, exibiria filmes e documentários, promoveria trabalhos em grupo e debates. O número de alunos por sala não deve ultrapassar 20, e os grupos devem ser mistos, observando-se a faixa etária. “Não seriam os ‘títulos’ dos temas que iriam variar de acordo com a idade, mas a didática, o aprofundamento e a maneira de serem apresentados”, explica. Implementar projeto desse tipo não é tarefa fácil. A discussão veio sendo excluída da sociedade brasileira ao longo do tempo, e só recentemente houve avanços. “Esse preconceito social é gerado muitas vezes pelo desconhecimento, ou pelo próprio preconceito já existente em relação aos temas sexuais. Muitos pais e professores têm medo que a implantação da educação sexual antecipe a vida sexual da criança ou que estimule práticas sexuais pelos adolescentes. Ignoram a ação preventiva da educação sexual”, verifica Rennes. Enquanto dúvidas e insegurança continuarem presentes entre nossos adolescentes, o risco da gravidez nessa faixa etária continuará elevado, bem como o de contaminação por DSTs. A educação sexual na escola também contribuiria para o fim do preconceito de gênero. “Não que eu considere a educação sexual algo mágico ou a solução para todos os problemas ligados à sexualidade. Mas, com certeza, o espaço para dialogar, aprender, refletir sobre sexo é importante para provocar transformações, aperfeiçoar as relações humanas, valorizar o outro e respeitar direitos”, afirma Paulo Rennes. HPV: vacinação pelo SUS é ampliada O Ministério da Saúde está ampliando a faixa etária de vacinação contra o vírus do papiloma humano Arquivo pessoal Paulo Rennes Rennes: “Muitos pais e professores têm medo que a educação sexual estimule as práticas sexuais”


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