OPINIÃO \\ Direito e vida: do presente ao futuro Movimentos populares, com críticas, passeatas, reivindicações, ruas e estradas bloqueadas, afrontamentos às polícias e destruição do patrimônio público e privado, marcaram a vida brasileira, neste ano, até o começo do segundo semestre de 2013, quando estas notas são escritas. Pessoas, muito diferentes, em lugares e condições diversas, manifestaram ofensas e críticas a todos os níveis de Governo. Os fatos confrontados com o direito, concedido ou negado, foram avaliados em face das leis vigentes, assegurada a liberdade democrática. Neste momento intermediário, pareceu necessário percorrer o campo do exame possível mesmo com o novo movimento da casa própria em São Paulo. A aplicação do direito não excluirá a enorme repercussão nacional e internacional de fatos contrários a interesses dominantes da população, centrado não só nas autoridades constituídas, mas integrado à própria cidadania. Esse é o núcleo da avaliação jurídica a enfrentar em face das questões postas pelos fatos. Na dualidade entre presente e futuro, o impacto da eletrônica ainda não foi avaliado por inteiro, mas transformou a luta diária individual e coletiva de muita gente e dos seus meios de manifestação. O fenômeno social e político esboçado no fim de 2012 e ampliado em 2013 pegou despreparados os administradores oficiais e os políticos. Foram incapazes, nos primeiros momentos, até mesmo de identificar impulsionadores e responsáveis dos movimentos coletivos, como se estes parecessem brotar do nada, para conquistar as ruas. Os fatos reunidos, vistos do ângulo da psicologia ou da sociologia, envolveram valores e consequências para cuja compreensão tornou-se necessária breve recomposição do passado. O fato paralelo brotou do entusiasmo, estimulado pelo Poder Público, desde a escolha do Brasil para sediar dois certames 58 // Revista da CAASP / Agosto 2013 por Walter Ceneviva* Cristovão Bernardo
Revista da CAASP -- Edição 06
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