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Revista da CAASP -- Edição 06

SAÚDE \\ Poluição, o tumor de uma metrópole Segundo o último relatório do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), intitulado “Estado das Cidades da América Latina e do Caribe 2012 - Rumo a uma Nova Transição Urbana”, São Paulo é, entre as cidades brasileiras analisadas, a que tem os piores índices de poluição do ar. 77% da emissão de gás carbônico na capital paulista vêm dos escapamentos de carros, motos, ônibus e caminhões. Especialistas calculam que pelo menos 4 mil pessoas morram por ano em São Paulo por doenças relacionadas com a poluição. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já trata a poluição atmosférica como o principal fator causador de patologias da atualidade. Saiba como a falta de mobilidade urbana agrava o problema. Um paulistano, seja recém-nascido ou idoso, fuma por dia, em média, de três a quatro cigarros em São Paulo, sem ter escolha”, afirma Paulo Saldiva, médico patologista e especialista em poluição atmosférica. “Tudo que o cigarro faz com o organismo a poluição faz igual, só que em intensidade menor”, diz Saldiva, que é professor da Faculdade de Medicina da USP. A qualidade do ar em São Paulo é ruim em qualquer época do ano, mas piora no inverno pela dificuldade de dispersão dos poluentes. O organismo humano sofre mais pela sobrecarga que essa condição climática exerce sobre as vias aéreas. Os gases tóxicos presentes no ar (material particulado, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e ozônio) são os principais responsáveis pelos incômodos (sangramentos no nariz, secura na garganta e congestão nasal), surgimento ou agravamento de doenças oftalmológicas, dermatológicas, cardiovasculares e, principalmente, respiratórias. Os indivíduos acometidos dessas últimas costumam lotar hospitais e prontos-socorros durante o inverno. “Se a poluição ultrapassar nosso filtro nasal, seus efeitos sobre o organismo então dependerão do tipo de partícula, do tamanho de sua concentração e de ser ou não biológica”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Jairo Sponholz Araújo. “A poluição agrava todas as doenças respiratórias, destacando-se a asma, a rinite e a doença pulmonar obstrutiva crônica, que é uma combinação de duas outras doenças - bronquite crônica e enfisema”, acrescenta. Mas como se prevenir? “Quem mora em cidades poluídas deve se hidratar muito. As soluções nasais isotônicas são indicadas, pois são úteis e seguras para higienizar e umedecer o nariz. Quem pratica 40 // Revista da CAASP / Agosto 2013 Reportagem de Karol Pinheiro


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