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Revista da CAASP -- Edição 06

ESPECIAL \\ // São Paulo x Corinthians 36 // Revista da CAASP / Agosto 2013 “O povo vai pagar essa conta”, brada o presidente do São Paulo Futebol Clube, Juvenal Juvêncio, em entrevista à Revista da CAASP, referindo-se à construção da Arena Corinthians, que levou para fora dos gramados a rivalidade entre São Paulo e Corinthians. A rejeição ao estádio Cícero Pompeu de Toledo como um dos palcos da Copa do Mundo de 2014 rendeu polêmica acalorada – e ainda rende um bom debate. Para Juvêncio, o descarte do Morumbi foi “uma coisa absurda”. No projeto de reforma que apresentou ao Comitê Organizador da Copa, o São Paulo Futebol Clube orçou em R$ 250 milhões o custo total da obra. “Sabe quanto de dinheiro público haveria nessa reforma?”, pergunta o presidente do clube, para em seguida ele mesmo responder: “Zero!” No orçamento da reforma do Morumbi, o São Paulo apontou a fonte dos recursos. A maior parte viria da operadora de cartões de crédito Visa. O Banco Rendimento S.A. emitiu uma carta de garantia no valor de R$ 50 milhões para um empréstimo do BNDES. Ou seja, caso o Morumbi fosse o escolhido para sediar os jogos, o risco de calote seria nulo. Se, por alguma razão, o São Paulo não pagasse a dívida, o Banco Rendimento garantiria as parcelas. “Era um negócio transparente. Mas eles não aceitaram porque o Ricardo Teixeira, na época muito poderoso, quis prejudicar o São Paulo porque eu não o havia apoiado na eleição do Clube dos 13.” Mas foi essa a única razão? “Eu acho que não”, diz Juvenal Juvêncio. “Ele tinha sede de vingança, mas também tinha interesse na construção de um estádio particular.” O do Corinthians? “Não, eles estavam de olho em área onde antes ficava a Subprefeitura da Sé, perto da Marginal Tietê. Quando eu vi que eles estavam queimando o São Paulo, dizendo que o projeto nosso não servia, eu comecei a dizer que eles queriam fazer um estádio particular. Aí, rapidamente, eles inventaram o estádio do Corinthians como sede da Copa.” O presidente do São Paulo lembra: “Começaram a achar defeitos no Morumbi, até que disseram que o ideal era derrubá-lo e construir outro estádio. Isso ficaria em R$ 1 bilhão. Seria um gasto Gazeta Press Juvenal Juvêncio: “A reforma do Morumbi não custaria nenhum centavo de dinheiro público”


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